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Dólar fecha na mínima desde abril com exterior e confiança em reformas; volatilidade cai

11/06/2019 17h07

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu ao menor patamar em dois meses nesta terça-feira, na faixa de 3,85 reais, na esteira de maior otimismo sobre reformas no plano doméstico e da fraqueza da moeda norte-americana no exterior.

O real teve o terceiro melhor desempenho global nesta sessão, numa lista dominada por divisas emergentes, embaladas por alívio em tensões comerciais entre Estados Unidos e México, além de expectativas de cortes de juros nos EUA.

"No curto prazo não me parece que o dólar vai subir", disse Helena Veronese, economista-chefe e estrategista da Azimut Brasil Wealth Management. Segundo ela, os níveis bem acima de 4 reais alcançados durante maio estavam excessivos, e agora o mercado devolve o prêmio de risco conforme melhora a perspectiva para a reforma previdenciária.

"Mas ainda não me parece que voltaremos às mínimas perto de 3,65 (do começo do ano). Acredito que só depois da Previdência (aprovada)", completou.

A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses caiu abaixo de 13%, para o menor patamar em duas semanas, evidência da menor percepção de risco do mercado.

Na véspera, após os vazamentos de conversas envolvendo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a volatilidade se aproximou de 13,4%, máxima desde o fim de maio.

O dólar à vista caiu 0,88%, a 3,8504 reais na venda. É o menor patamar desde 10 de abril (3,824 reais).

Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,84%, a 3,8590 reais.

A perspectiva relacionada às reformas se viu fortalecida nesta sessão depois de o governo ter obtido vitória na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que aprovou projeto que autoriza 248,9 bilhões de reais em créditos orçamentários fora da regra de ouro.

A aprovação sinaliza melhora na articulação política do governo Jair Bolsonaro com o Congresso, o que, para o mercado, indica um cenário melhor para obtenção de votos necessários na Câmara dos Deputados para aprovar a reforma previdenciária.

Nessa linha, o mercado gostou ainda de declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que blindará a Câmara de crises em prol da aprovação de reformas.

O comentário de Maia veio em meio a potencial turbulência após divulgação de supostas mensagens envolvendo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Desde a máxima em oito meses batida em 20 de maio (4,10485 reais), o dólar acumula queda de 6,2%.

Para Thiago Silencio, operador de câmbio da CM Capital Markets, o nível de suporte imediato agora é 3,845 reais, patamar que, se rompido, dá espaço para o dólar testar 3,838 reais e 3,821 reais.