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Ibovespa fecha acima de 99 mil pontos pela 1º vez desde março

18/06/2019 17h43

Por Peter Frontini

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista retomou o patamar dos 99 mil pontos pela primeira vez desde março, diante da expectativa de mais estímulos monetários no exterior e sem conturbações no cenário político local.

O Ibovespa subiu 1,82%, a 99.404,39 pontos. O volume financeiro da sessão somou 15,4 bilhões de reais.

Declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) na direção de mais estímulos animaram as bolsas na Europa desde cedo, contaminando também Wall Street, que aguarda decisão do Federal Reserve na quarta-feira.

De modo geral, investidores esperam que o banco central norte-americano não mude a taxa básica de juros, mas defina as condições para um eventual corte mais tarde neste ano.

Também agradou a perspectiva de retomada das conversas sobre a disputa comercial, com previsão de encontro do presidente norte-americano, Donald Trump, e do presidente chinês, Xi Jinping, neste mês.

No Brasil, a comissão especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência iniciou a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema, uma das etapas a serem cumpridas antes da votação da matéria no colegiado.

"A reforma está andando de forma um pouco mais vagarosa, mas está acontecendo", disse Angelo Amaral, assessor da SVN Investimentos.

DESTAQUES

- VALE subiu 3,59% com a alta dos preços do minério de ferro no exterior compensando efeito negativo decisão da mineradora na segunda-feira de suspender as atividades de processamento de níquel da usina Onça Puma, no Pará, após decisão judicial. A Vale disse que vai recorrer.

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN tiveram altas de 2,59% e 0,86%, respectivamente, recuperando-se de perdas na semana passada, assim como BANCO DO BRASIL e SANTANDER BRASIL, que subiram 2,34%% e 2,55%, respectivamente.

- B3 saltou 7,35%, praticamente anulando as perdas das duas últimas sessões, diante da chance de ficar de fora de eventual aumento na tributação do setor financeiro. O relator da reforma da Previdência estuda rever o trecho da proposta, no qual prevê aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, de modo a poupar a B3, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

- BRASKEM subiu 4,71%, após a Odebrecht, controladora da companhia, formalizar na véspera um pedido de recuperação judicial, com dívidas de 65,5 bilhões de reais, um dos maiores processos do tipo na história no país. O pedido, contudo, não inclui algumas empresas do conglomerado, entre elas a petroquímica. Até a véspera, as ações acumulavam em junho queda de 20,6%.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançaram 1,25% e 1,53%, respectivamente, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no mercado externo.

- CSN valorizou-se 3,18%, também beneficiada pelo avanço dos preços do minério de ferro, com outras companhias do setor de siderurgia e mineração também no azul. USIMINAS subiu 2,09% e GERDAU avançou 3,73%.

- GOL PN valorizou-se 3,06%, após o presidente Jair Bolsonaro vetar a franquia gratuita de bagagem. Também no radar está a liberação do leilão de slots da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. No setor, AZUL subiu 1,05%, mesmo após corte na recomendação por analistas do UBS, de neutra para venda, embora tenham elevado marginalmente o preço-alvo para 40 reais. Para a Gol, o UBS manteve a recomendação de venda, mas elevou o preço-alvo de 20 para 27 reais.

- JBS ON caiu 1,39%, na esteira da queda do dólar. MARFRIG ON recuou 1,64% e BRF FOODS ON perdeu 1,74% em dia ruim para empresas de proteínas.

- EMBRAER cedeu 0,21%, em sessão com queda do dólar, mesmo após anunciar contratos durante a Paris Air Show, incluindo pedido firme para dois novos jatos E195-E2 com a companhia aérea Binter, da Espanha.