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Refinarias chinesas cortam produção de combustível após novas plantas aumentarem oferta

08/07/2019 11h11

Por Chen Aizhu e Muyu Xu

CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - Produtores de combustíveis da China estão fazendo cortes prolongados na sua produção do terceiro trimestre após a entrada em operação de novas e grandes refinarias aumentarem uma já considerável oferta, potencialmente pressionando a demanda por petróleo do maior importador mundial da commodity.

A refinaria privada Hengli Petrochemical elevou sua planta de 400 mil barris por dia no nordeste da China à capacidade total em maio, enquanto a Zhejiang Petrochemical começou períodos de ensaio ao mesmo tempo em uma refinaria de tamanho similar na costa leste.

Na esteira desta onda de nova oferta e em meio à desaceleração na demanda local por combustíveis como gasolina e diesel, refinarias estão cortando seu processamento de petróleo, disseram fontes da indústria e analistas.

Esta queda deve minar o apetite das refinarias por importações de petróleo, pressionando os preços internacionais da commodity, que já foram abalados por temores de uma desaceleração econômica global.

A maior oferta de combustíveis também pode levar as exportações de combustíveis da China a novas máximas e apertar ainda mais os lucros de refinarias asiáticas.

"Para mercados que já estão consumidos por temores de uma recessão global... as notícias de desaceleração dos números de crescimento da demanda por petróleo somadas a conversas sobre cortes (na produção das refinarias) parecem reforçar uma narrativa baixista", disse Michal Meidan, analista da Energy Aspects.

Refinarias de pequeno porte na China, conhecidas como 'teapots' e localizadas principalmente na província de Shandong, estão sob a maior pressão para adotar novos cortes de produção, disseram analistas, ampliando uma redução na oferta promovida por muitas delas entre maio e junho.

As 'teapots' têm sido vistas como um termômetro para a demanda por petróleo da China desde 2015, quando se tornaram importadoras de petróleo pela primeira vez. Agora, essas pequenas refinarias representam um quinto do total das importações de petróleo do país.

A Dongming Petrochemical Group, maior refinaria independente da província, está fechando sua planta de 240 mil barris por dia nesta semana para dois meses de manutenção na esteira de "margens fracas", segundo uma fonte da companhia.

Isso ocorre depois de informações de que algumas unidades estavam perdendo de 300 a 350 iuanes (44 a 51 dólares) em cada tonelada de petróleo que processaram em junho, maior perda do tipo em quase quatro anos, disseram Shi Linlin, analista da consultoria JLC, e Wang Zhao, analista da Sublime China Information.

Sete unidades em Shandong, incluindo a da Dongming, com capacidade total de processamento de 470 mil bpd, estarão desligadas em julho para manutenção, estimou a JLC.

(Por Chen Aizhu em Cingapura e Muyu Xu em Pequim)