IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

FMI deve se adaptar a ascensão da China e a fintechs para permanecer relevante, diz autoridade

16/07/2019 11h27

Por David Lawder

PARIS (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional deve continuar se adaptando às potências econômicas emergentes, como a China, e novas tecnologias financeiras para continuar relevante nos próximos 75 anos, disse o diretor-gerente interino do fundo na segunda-feira.

David Lipton, falando em uma conferência em Paris marcando o 75º aniversário das instituições de Bretton Woods, disse que o FMI, dominado pelos Estados Unidos e pelas potências industriais europeias desde sua criação, tem o dever de refletir o poder crescente dos mercados emergentes.

"Os centros de atividade econômica vão mudar nas próximas décadas. Novos centros financeiros crescerão em importância. Novas moedas de reserva podem eventualmente surgir", disse Lipton em comentários preparados.

Lipton fez o discurso inicialmente previsto para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que foi indicada no início deste mês para se tornar presidente do Banco Central Europeu. Lagarde renunciou temporariamente às suas funções no FMI durante o período de indicação.

Lipton observou que a transição de Lagarde para o BCE em novembro é outra mudança para a qual o FMI é prontamente capaz de se adaptar.

Ele disse que o FMI deve fazer mudanças para manter um sistema monetário internacional estável e forte.

"O livre comércio, as taxas de câmbio flexíveis e os movimentos de capital não disruptivos são ingredientes essenciais para uma economia global próspera . É por isso que o papel das instituições multilaterais -- e especialmente do FMI -- será mais relevante do que nunca. Se continuarmos a nos adaptar", Lipton disse.

Lipton, que passou grande parte de sua carreira no FMI e atua desde 2011 como segunda autoridade do Fundo, elogiou os fundadores da Bretton Woods pela criação, no final da Segunda Guerra Mundial, de um sistema acionário do FMI baseado em cotas e na influência econômica.

Mas ele acrescentou que a fórmula atual, em que os Estados Unidos detêm 16,52% do poder de voto, seguida por 6,15% para o Japão e 6,09% para a China - a segunda maior economia do mundo - não acompanha plenamente a realidade econômica.

"Devemos contar com o fato de que nossas fórmulas não acompanharam totalmente o ritmo. Não podemos esperar reter o alcance global e os recursos de que precisamos sem que os países que estão ganhando importância econômica e prontos para assumir responsabilidades proporcionais ganhem apropriadamente sua voz no Fundo."