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Custos na Espanha e desempenho fraco no Reino Unido derrubam lucro do Santander em 18%

23/07/2019 09h40

Por Jesús Aguado

MADRI (Reuters) - O banco espanhol Santander divulgou uma queda de 18% no lucro líquido trimestral, prejudicado pelos custos de reestruturação de sua aquisição do Banco Popular e pelo fraco desempenho no Reino Unido, apesar de um sólido desempenho na América Latina.

O banco divulgou um lucro líquido de 1,39 bilhão de euros nos três meses até o final de junho, superando os 1,29 bilhão de euros esperados pelos analistas em uma pesquisa da Reuters.

O maior banco da zona do euro em capitalização de mercado, que assumiu o Banco Popular dois anos atrás, recentemente concordou com os sindicatos sobre o fechamento de cerca de 1.150 agências e demissões na Espanha - cerca de um décimo de sua força de trabalho espanhola.

A empresa informou que vai assumir custos de 706 milhões de euros, dos quais 600 milhões apenas na Espanha, onde registrou uma perda de 262 milhões de euros. Excluindo os custos não recorrentes, o lucro líquido subjacente no trimestre aumentou 5%.

No Reino Unido, seu terceiro maior mercado depois da Espanha e do Brasil, o lucro caiu 41%, devido à contínua pressão sobre as margens das hipotecas e aos custos de reestruturação de 26 milhões de euros e provisões de 80 milhões de euros.

O banco teve um desempenho sólido no Brasil e no México no segundo trimestre e a presidente do conselho, Ana Botin, disse em uma assembleia geral extraordinária que o México era uma parte importante de seu plano de investir e crescer na América Latina.

A diversificação do Santander no exterior, especialmente na América Latina, ajudou o banco a lidar com condições difíceis para os bancos na Europa nos anos seguintes à crise financeira.

Nesta terça-feira, os investidores aprovaram, em uma reunião extraordinária de acionistas, um aumento de capital de 2,6 bilhões de euros para financiar a aquisição de uma participação de 25% que não possuem de sua subsidiária mexicana.

O movimento no México é parte dos esforços para aumentar o foco nas economias emergentes e, ao mesmo tempo, cortar custos para conter as margens escassas nos mercados europeus maduros.

A margem financeira, uma medida de ganhos sobre os empréstimos menos os custos de depósito, foi de 8,95 bilhões de euros, 5,6% acima do segundo trimestre do ano passado e 3,1% maior em relação ao trimestre anterior, devido ao crescimento sólido dos empréstimos na América Latina.

Os analistas previam uma margem de 8,76 bilhões de euros.

((Tradução Redação São Paulo; 55 11 56447727))

REUTERS PS PAL