Novo premiê britânico vai assumir economia em meio a sinais de alerta sobre crescimento
Por William Schomberg
LONDRES (Reuters) - O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, herdará uma economia que pode estar caminhando para uma desaceleração ou mesmo recessão, enfraquecendo suas armas em uma batalha que o país enfrentará para deixar a União Europeia.
Tendo desafiado as previsões de uma recessão após o choque do Reino Unido ter votado para deixar a UE em 2016, a quinta maior economia do mundo está emitindo sinais de alerta sob o peso da incerteza sobre o Brexit e uma desaceleração global.
Dados que serão divulgados no dia 9 de agosto, pouco mais de quinze dias após o início do mandato de Johnson como primeiro-ministro, podem mostrar que a produção econômica encolheu no segundo semestre pela primeira vez desde 2012.
Uma grande parte da fraqueza é provavelmente temporária: empresas correram no início de 2019 para se preparar para o fim do primeiro prazo do Brexit em março, antecipando trabalhos, enquanto as montadoras fecharam suas portas como o de costume em abril, também para evitar o caos do Brexit.
Mas a desaceleração em muitos setores piorou com o segundo trimestre, com o prazo do Brexit adiado para 31 de outubro, segundo Índices de Gerentes de Compras.
"As pesquisas foram particularmente fracas em junho, sugerindo que o ritmo de crescimento deve permanecer fraco", alertou o Escritório Britânico de Responsabilidade Orçamentária (OBR) na semana passada. "Isso aumenta o risco de que a economia esteja entrando em uma recessão completa."
Também houve sinais de enfraquecimento do "boom" de empregos que cortou o desemprego ao nível mais baixo desde 1975 e aumentou os salários no processo.
"Olhando para o primeiro semestre do ano, na minha opinião, o crescimento do Reino Unido está atualmente abaixo do seu potencial, e depende da resiliência dos gastos das famílias", disse o presidente do banco central britânico, Mark Carney, este mês.
Christian Schulz, economista do Citi, disse que uma economia mais fraca poderia aumentar as preocupações dos eleitores sobre o Brexit e fortalecer a decisão do parlamento de resistir a um Brexit sem acordo.
"Isso reduzirá qualquer influência que o próximo primeiro-ministro possa ter para forçar a UE a fazer concessões", disse ele em nota a clientes este mês.
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