Units do Banco Inter disparam após atrair investimento do SoftBank
Por Paula Arend Laier e Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - As units do Banco Inter chegaram a subir mais de 20% nesta terça-feira, após o banco digital levantar 1,25 bilhão de reais em um oferta primária de ações e atrair o japonês SoftBank Group Corp como acionista.
As ações dos maiores bancos privados do país, como Itaú Unibanco e Banco Bradesco, recuavam quase 2 por cento cada, em um movimento que alguns operadores atribuíam à migração para as ações do Banco Inter. Banco do Brasil tinha queda de 0,4 por cento e Santander Brasil se desvalorizava em cerca de 2 por cento.
"Existe no mercado um medo de os bancos tradicionais serem substituídos pelas fintechs, que entram no mercado reduzindo a margem de forma significativa", afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos.
"O SoftBank entrando na oferta do Banco Inter é uma chancela internacional importante a esse novo modelo. Os bancos locais vão precisar enfrentar esse desafio nos próximos anos. Será um grande teste de resiliência", acrescentou.
O Banco Inter usará os recursos da oferta para expandir carteira de crédito, investir em tecnologia e fazer aquisições. As units da instituição financeira tinham alta de 17 por cento às 13h27, cotadas a 47,19 reais. No mesmo horário o Ibovespa tinha baixa de 0,12 por cento.
A chegada de um investidor experiente e com recursos fartos, como o SoftBank, para a lista de acionistas do Banco Inter deve acelerar sua estratégia de crescimento. O SoftBank adquiriu uma fatia superior a 5% do banco, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
O Banco Inter é o primeiro investimento do SoftBank em um banco na América Latina, mas já participa de pelo menos uma outra fintech na região, a plataforma de empréstimos brasileira, a Creditas.
O Banco Inter, que é controlado pela família Menin, ainda não divulgou os novos acionistas da instituição após a oferta.
A fonte disse que o Banco Inter decidiu sobre a oferta do SoftBank de entrar no seu capital uma vez que viu a oportunidade de desenvolver sua expertise com fintechs.
Os bancos brasileiros mostram alguns sinais de que estão começando a sentir a pressão das fintechs, principalmente nos negócios de processamento de cartões e gestão de ativos.
O maior banco privado do Brasil, o Itaú Unibanco, lançou um programa de desligamento voluntário na segunda-feira e revelou que pode fechar até 400 filiais neste ano, já que está reduzindo os custos para enfrentar uma concorrência mais acirrada.
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