Evans, do Fed, sinaliza apoio a novos cortes de juros
Por Ann Saphir
CHICAGO (Reuters) - O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) flexibilizou substancialmente a política monetária desde o final do ano passado, mas a inflação lenta e as preocupações com as perspectivas do lado do comércio podem implicar mais cortes nas taxas de juros, disse nesta quarta-feira o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans.
"Você poderia considerar, como eu considero, que a inflação sozinha exigiria mais acomodação na política monetária do que a que fizemos em nosso último encontro", disse Evans a repórteres em uma entrevista anual em Chicago.
Mas a economia, embora fundamentalmente em "bom" estado, enfrenta mais riscos do que apenas uma inflação muito baixa, disse Evans, incluindo "negociações artificiais" com a China que criam volatilidade e incerteza para as empresas.
"Você pode ter a visão de que as coisas talvez tenham criado mais obstáculos contra isso, e seria razoável fazer mais... não sei", disse ele, acrescentando que estará analisando dados e comentários comerciais para avaliar isso.
Preocupações com a gestão de riscos --a ideia de que o Fed precisa utilizar mais poder de fogo mais cedo contra uma potencial recessão quando os juros estão próximos de zero-- poderia também argumentar por mais acomodação política, disse ele.
Na semana passada, Evans votou com a maioria do Fomc em prol de corte de 0,25 ponto percentual na taxa, para a faixa entre 2,00% e 2,25% e disse, antes da reunião, que os juros deveriam ser reduzidos em mais 0,25 ponto até o fim do ano para ajudarem a impulsionar a inflação de volta para a meta anual de 2% do Fed.
Evans repetiu essa visão nesta quarta-feira. Mas, embora espere que o PIB dos EUA cresça cerca de 2,25% neste ano e continue a ver um bom desempenho no mercado de trabalho, o presidente do Fed de Chicago ponderou que "se o mercado de trabalho começar a desacelerar..., isso será um risco, porque o consumidor tem sido o eixo central do crescimento".
A incerteza causada pela guerra comercial dos EUA com a China, assim como os desdobramentos desse embate na economia global, estão aumentando. Três bancos centrais da Ásia reduziram as taxas de juros entre terça e esta quarta-feira, com reduções inesperadas na Índia e na Nova Zelândia.
"Eu tomei nota", disse Evans. "Vamos digerir tudo o que está acontecendo."
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447757)) REUTERS JCG IV
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