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Tensões geopolíticas e temores de recessão derrubam Wall St

Por Stephen Culp

12/08/2019 17h19

NOVA YORK (Reuters) - As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em queda de mais de 1% nesta segunda-feira, com fortes tensões geopolíticas assustando investidores dos mercados de ações e impulsionando um rali nos mercados de títulos, enquanto a prolongada guerra comercial EUA-China continuou a alimentar temores de uma iminente recessão.

Todos os três principais índices de ações dos EUA fecharam em queda acentuada, numa sessão de volume limitado, com investidores vendo poucos motivos para acalmar temores relacionados aos protestos em Hong Kong, à derrota eleitoral do presidente argentino Mauricio Macri e à disputa tarifária entre EUA e China, que tem chacoalhado os mercados há meses.

"O mercado de ações está sofrendo uma onda de vendas porque o mercado de títulos está tendo um rali expressivo", disse Brian Battle, diretor de operações da Performance Trust Capital Partners, em Chicago. "Há uma fuga para segurança e há vários focos de incerteza política."

"As pessoas estão começando a desistir e a comprar Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) para esperarem", disse Battle. "O ouro também se beneficia", completou.

O metal subiu 1%, rondando máximas em mais de seis anos.

O spread entre as taxas dos Treasuries de dois e dez anos caiu ao menor patamar desde pelo menos 2010, de acordo com dados da Refinitiv.

O Goldman Sachs disse no domingo que seus economistas vêem maiores riscos de recessão à medida que a guerra comercial EUA-China se arrasta.

Ao longo da semana, dados de inflação, início de construções e vendas no varejo serão analisados pelo mercado em busca de mais sinais de desaceleração econômica.

O índice Dow Jones caiu 1,49%, a 25.896 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,23%, a 2.883 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,2%, a 7.863 pontos.

Todos os 11 principais setores do S&P 500 terminaram a sessão em território negativo, com os índices para os setores financeiro, de materiais básicos, de energia e de consumo discricionário sofrendo as maiores quedas percentuais.