Lucro da Eletrobras dispara 305% e soma R$ 5,6 bi no 2° tri com venda de distribuidora
SÃO PAULO (Reuters) - A estatal Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 5,56 bilhões no segundo trimestre, salto de 305% na comparação anual, influenciado por ganhos obtidos com a reversão do patrimônio líquido negativo de sua distribuidora Amazonas Energia, privatizada no final do ano passado.
A maior elétrica da América Latina, responsável por metade da transmissão e um terço da capacidade de geração no Brasil, somou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,35 bilhão, recuo de 62% na comparação anual. O Ebitda recorrente foi de R$ 3,1 bilhões, 7,8% acima do registrado em igual período de 2018.
A receita operacional líquida da companhia avançou 12,4%, para 6,6 bilhões de reais.
A Eletrobras disse que a privatização da Amazonas Energia, vendida em dezembro a um consórcio formado por Oliveira Energia e Atem, levou a um ganho de R$ 5,26 bilhões com a reversão de patrimônio líquido negativo.
A venda selou a saída da estatal do ramo de distribuição, no qual a Eletrobras controlava seis distribuidoras no Norte e Nordeste que foram negociadas ao longo do ano passado. A subsidiária do Amazonas era de longe a mais deficitária dentre elas.
A Eletrobras somou ainda um ganho de R$ 1,69 bilhão com um registro a valor justo de indenizações pela renovação de contratos antigos de transmissão (RBSE), decorrente da variação da taxa de desconto NTN-B.
Por outro lado, a companhia realizou provisão de R$ 921 milhões por créditos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) cedidos pela Amazonas Energia à Eletrobras antes da privatização, além de R$ 329 milhões em provisões para contingências.
Já os investimentos da Eletrobras recuaram 41% na comparação anual, para R$ 578 milhões, em meio a uma reestruturação da companhia nos últimos anos que desacelerou os aportes.
No acumulado do ano até o final do primeiro semestre os investimentos somavam R$ 1,09 bilhão, queda também de 41% ante os R$ 1,85 bilhão do ano anterior. Os investimentos planejados pela companhia para 2019 somam R$ 5,7 bilhões.
A Eletrobras destacou em seu balanço que alcançou ao final de julho relação entre dívida líquida e Ebitda recorrente equivalente a 2 vezes.
A dívida bruta da Eletrobras fechou junho em R$ 55,48 bilhões, enquanto a dívida líquida pró-forma somou R$ 23,195 bilhões.
A companhia apontou ainda que as despesas operacionais com pessoal caíram em 6,8% na comparação anual, para R$ 1,168 bilhão, principalmente em função de política de redução de custos, inclusive com periculosidade e horas extras.
A estatal desligou 820 empregados em 2018 e 486 em 2019, além de ter registrado a transferência de empregados das distribuidoras que foram privatizadas.
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