Irã diz que vias marítimas não terão mesma segurança se suas vendas de petróleo forem zeradas
GENEBRA (Reuters) - Se as exportações de petróleo do Irã forem reduzidas a zero, as vias marítimas internacionais não terão a mesma segurança de antes, disse o presidente iraniano nesta quarta-feira, em um alerta ao governo norte-americano, que tem pressionado Teerã em meio a um conflito entre os países, rivais de longa data.
O comentário do presidente Hassan Rouhani coincide com uma fala do ministro iraniano de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, de que o governo do país poderia agir de maneira "imprevisível" em resposta a políticas também imprevisíveis dos EUA sob o presidente Donald Trump.
"As potências mundiais sabem que caso o petróleo seja completamente sancionado e as exportações de petróleo do Irã sejam levadas a zero, as vias marítimas internacionais não poderão ter a mesma segurança de antes", disse Rouhani, durante encontro com o aiatolá Ali Khamenei, segundo o site oficial do aiatolá.
"Então, a pressão unilateral contra o Irã não pode ser uma vantagem para eles, e não vai garantir sua segurança na região e no mundo."
Tensões entre Teerã e Washington têm crescido desde que o governo Trump decidiu no ano passado deixar um acordo internacional que visava conter as ambições nucleares do Irã e passou a aumentar sanções contra o país. Autoridades iranianas têm denunciado as punições como uma "guerrilha econômica".
Em discurso no Instituto Internacional de Pesquisa pela Paz em Estocolmo, Zarif pareceu ecoar o tom de Rouhani.
"A imprevisibilidade mútua levará ao caos. O presidente Trump não pode esperar ser imprevisível e esperar que outros sejam previsíveis. A imprevisibilidade levará a uma imprevisibilidade mútua e a imprevisibilidade é caótica", disse Zarif.
O comércio global de commodities foi abalado nos últimos meses por uma série de ataques a navios mercantes internacionais, que os Estados Unidos atribuíram ao Irã, e à apreensão de um navio-tanque britânico. O governo iraniano negou as acusações.
(Por Babak Dehghanpisheh; com reportagem adicional de Simon Johnson em Estocolmo, Tuqa Khalid em Dubai e Kate Holton em Londres)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.