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Trump diz ser "o escolhido" para consertar desequilíbrio comercial dos EUA com a China

21/08/2019 17h04

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que sua vida seria mais fácil se ele não tivesse entrado em uma guerra comercial com a China, mas disse ser "o escolhido" para enfrentar Pequim.

Trump disse aos repórteres que os EUA provavelmente fecharão um acordo com a China. "(...) E sabe de uma coisa? Estamos vencendo", afirmou.

O presidente dos EUA também reconheceu, pelo segundo dia consecutivo, que um conflito tarifário com a China poderia prejudicar a economia norte-americana, embora ele insista que uma recessão não está no horizonte.

Nesta quarta, o Escritório de Orçamento do Congresso tornou-se a mais recente instituição independente a alertar sobre as consequências das tarifas de Trump impostas contra a China e uma série de outros países.

O escritório disse que as mudanças nas políticas de comércio exterior dos EUA, desde janeiro de 2018, reduzirão a receita bruta do país ajustada pela inflação em 0,3% do PIB em 2020. O escritório também calcula que a renda real da família média norte-americana deverá recuar 0,4%. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que a produção econômica poderia ser reduzida em até 0,5% em 2020, resultado das tarifas.

Na terça-feira, Trump disse a repórteres que ele teve que enfrentar a China no comércio, mesmo que isso cause danos a curto prazo para a economia dos EUA, porque Pequim vinha traindo Washington há décadas.

O Ministério das Relações Exteriores da China minimizou os comentários de Trump, enfatizando a necessidade de diálogo para resolver as diferenças comerciais, mas ameaçou retaliar se Washington prosseguisse com uma venda de armas de 8 bilhões de dólares para Taiwan.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, reiterou a ameaça de impor sanções às empresas norte-americanas que vendam armas para Taiwan, dizendo que essas vendas são uma séria interferência nos assuntos internos e soberania chinesa. Na terça, Washington anunciou formalmente a aprovação de uma possível venda de 66 caças para Taiwan.

Os planos tarifários da Trump agitaram os mercados globais e estressaram investidores com a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, que se estende pelo segundo ano sem fim à vista.

Preocupações crescentes de que a guerra comercial poderia desencadear uma possível recessão norte-americana afetaram os mercados financeiros na semana passada, levantando questionamentos sobre a capacidade de a economia se manter firme até as eleições presidenciais de novembro de 2020.

GANHOS DE CAPITAL

Trump também afirmou nesta quarta-feira que não está considerando indexar à inflação impostos sobre ganhos de capital, uma medida que poderia reduzir os tributos que investidores devem pagar sobre os lucros a partir de vendas de ativos.

Na terça-feira, Trump havia dito que estava considerando seriamente a indexação de ganhos sobre capital.

(Por Jeff Mason)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447509))

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