Bancos argentinos vão precisar de aprovação prévia do banco central para distribuir resultados
Os combalidos bônus e o câmbio argentino foram arrastados ainda mais para baixo hoje em meio a rebaixamentos da nota do país por três agências de classificação de risco e uma nova política que o banco central disse que vai assegurar a liquidez do sistema financeiro.
Alguns economistas disseram que a política, que pode limitar a disponibilidade de pesos para instituições financeiras, parece a volta do controle de capitais.
"Instituições financeiras precisam obter autorização prévia do banco central para distribuir seus resultados", disse o banco central em comunicado.
Em um segundo comunicado, o banco disse que a medida visa assegurar a liquidez do sistema financeiro, de forma que os depositantes possam sacar recursos quando necessário.
"Em tempos de grande incerteza, buscamos aumentar a liquidez do sistema para evitar qualquer falta de dinheiro", disse.
O órgão não tinha porta-vozes imediatamente disponíveis para comentários adicionais.
A nova normativa foi divulgada ao término de uma semana de crescente turbulência financeira na Argentina, após o governo do presidente Mauricio Macri ter dito que buscará postergar o pagamento dos vencimentos da dívida.
Essa nova etapa da crise começou com a votação primária de 11 de agosto, que mostrou Macri, considerado pró-mercado, em larga desvantagem na corrida eleitoral em relação ao oposicionista Alberto Fernández, de centro-esquerda. As eleições, que agora tem Fernández como franco favorito, acontecem em outubro.
"O banco central não está permitindo que eles distribuam resultados, isso significa que não podem usar seus pesos. Isso não é uma restrição de acesso ao mercado cambial, mas sobre a disponibilidade de pesos", uma fonte familiarizada com o plano do banco central disse à Reuters.
"O banco central quer que os bancos estejam bem capitalizados no momento", acrescentou a fonte, que pediu anonimato porque não está autorizada a falar com a mídia.
As agências Standard & Poor's , Fitch e Moody´s reduziram a nota da dívida argentina nesta sexta-feira.
O peso fechou o dia com perda de 2,72%, a 59,52 por dólar, acumulando desvalorização de cerca de 36% no ano. O spread que mede o risco de default da dívida argentina sobre o dos títulos do governo dos EUA saltou 261 pontos básicos, para 2.533 pontos, maior patamar desde 2005, segundo o índice Emerging Markets Bond Plus, do JP Morgan.
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