BCE volta a flexibilizar política monetária, mas sem impactar inflação
Por Richa Rebello e Shrutee Sarkar
BENGALURU (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) cortará sua taxa de depósito na próxima semana e anunciará o reinício de seu programa de compra de ativos, mas mais de 80% dos economistas consultados pela Reuters estão céticos sobre a capacidade do banco de influenciar a inflação no médio prazo.
Uma pesquisa realizada entre 29 de agosto e 3 de setembro mostrou que quase 70 economistas esperam que o BCE reduza a taxa de depósito na reunião de 12 de setembro, com a grande maioria prevendo uma redução de 10 pontos-base, para -0,5%. Quase 25% dos consultados previram um corte de 20 pontos-base.
Operadores veem 60% de chance de um corte de 20 pontos-base na taxa, ante o atual nível de -0,4%.
Quase 90% dos entrevistados disseram que o BCE adotará alguma ferramenta para compensar os bancos dos efeitos colaterais indesejados das taxas de juros negativas.
E quase 90% dos entrevistados também esperam que o BCE anuncie o reinício de impressões de dinheiro, com compras mensais de 30 bilhões de euros a partir de outubro.
Enquanto mais de 75% dos economistas disseram que agora é o momento certo para o BCE lançar um pacote de estímulo, mais de 80% dos entrevistados afirmaram não estar confiantes de que o banco central possa controlar a inflação.
"O BCE deveria fazer algo, mesmo que não seja suficiente para atingir a meta. Essa é uma situação em que eles já estão há bastante tempo e é uma situação em que o Banco do Japão está há muito mais tempo", disse Andrew Kenningham, economista-chefe para a Europa da Capital Economics.
"Não muitos acreditam que a inflação provavelmente aumentará em breve, principalmente devido ao estado da economia mundial e da economia da zona do euro", acrescentou Kenningham.
A mediana das estimativas para o crescimento trimestral variaram entre apenas 0,2% e 0,3%, mudando pouco em relação à sondagem anterior, mas com máximas e mínimas mais baixas para a maioria dos trimestres nos próximos dois anos.
A maioria dos entrevistados reduziu a média de suas previsões anuais de crescimento ou as manteve inalteradas em relação à pesquisa anterior.
Essas preocupações elevaram a chance de recessão na zona do euro no próximo ano para 25% na última pesquisa, ante 20% na sondagem de julho. Mas a probabilidade se manteve em 30% para os próximos dois anos.
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