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EUA e Índia podem assinar acordo comercial neste mês

21/09/2019 16h13

Por David Lawder e Neha Dasgupta

WASHINGTON/NOVA DÉLHI (Reuters) - Os Estados Unidos e a Índia estão correndo para fechar um acordo comercial limitado para que o presidente norte-americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, possam assiná-lo na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, no fim do mês. A informação é de pessoas próximas às negociações.

    Um acordo entre as duas mais populosas democracias do mundo seria uma vitória de Trump, cuja administração progrediu pouco em negociar um fim para sua guerra comercial com a China. Trump também deve assinar um acordo com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, no ano que vem, que diminua as tarifas japonesas para produtos agrícolas.

    O acordo em discussão com a Índia dimnuiria tarifas sobre alguns produtos norte-americanos e restauraria um tratamento preferencial de algumas exportações indianas para os Estados Unidos, disseram fontes.

    Trump e Modi se encontrarão neste domingo em Houston em uma reunião apelidada de "Howdy Modi!", em um estádio com capacidade para 50 mil pessoas. Será um sinal da boa relação entre os dois, o que está aumentando a expectativa de um acordo ser alcançado.

    Trump exigiu melhores termos para os principais parceiros comerciais dos EUA, e culpa os acordos passados pela perda de milhões de empregos da indústria nos EUA.

    As relações comerciais entre os dois países não têm um grande histórico recente. Trump repetidamente reclamou das altas tarifas da Índia, incluindo uma taxa de 50% sobre as motocicletas Harley-Davidson.

    Os EUA também criticam as novas regras de investimento da Índia no e-commerce, que limitam a forma pela qual empresas como a Amazon e Flipkart podem operar em um mercado de rápido crescimento e que deve alcançar 200 bilhões de dólares até 2027.

    Modi, como Trump, usa tarifas para tentar elevar o investimento em manufaturados, parte importante da sua campanha "Made In India" para atrair investimentos estrangeiros e criar empregos na indústria para milhões de jovens entrando na força de trabalho.

    A Foxconn, fornecedora da Apple, expandiu a produção de iPhones na Índia para evitar uma tarifa de importação de 20% e diversificar sua rede de suprimentos em relação à China.

    O comércio bilateral entre os dois somou 142 bilhões de dólares em 2018, longe dos 737 bilhões negociados com a China.

    Em junho, os EUA encerraram acesso sem impostos para quase 5,7 bilhões em exportações indianas, incluindo produtos químicos, plásticos, couro, borracha e autopeças. A Índia foi a principal beneficiária do acordo, chamado GSP, que datava da década de 1970.

    Os indianos responderam aumentando tarifas contra 28 produtos norte-americanos, incluindo amêndoas, maçãs e nozes.

    (Reportagem de David Lawder e Neha Dasgupta)