Economistas veem déficit primário do governo central abaixo de R$100 bi no ano, mostra pesquisa
SÃO PAULO (Reuters) - Economistas passaram a ver déficit primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) abaixo de 100 bilhões de reais em 2019, conforme relatório Prisma divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira.
Conforme mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a perspectiva para o rombo primário do governo central passou a 99,188 bilhões de reais, ante 104,069 bilhões de reais no relatório de setembro.
A meta fixada pelo governo é de um déficit de 139 bilhões de reais para o governo central este ano.
Apesar de o governo ter anunciado recentemente um desbloqueio de 12,5 bilhões de reais em despesas discricionárias, calcado em melhores projeções de receita e diminuição nos gastos para o ano, o contingenciamento para garantir a meta fiscal ainda é forte, na casa de 21 bilhões de reais.
De qualquer forma, o Tesouro vem ressaltando há tempos que entregará um desempenho melhor que a meta, ajudado pelo empoçamento -- movimento que ocorre quando recursos são liberados para pagamento, mas não são executados pelas pastas na Esplanada por uma série de amarras e vinculações.
No mês passado, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, estimou que o rombo primário do governo central deverá fechar 2019 entre 15 bilhões e 20 bilhões de reais melhor que a meta.
Para 2020, a estimativa dos economistas consultados pelo Prisma é de um resultado primário negativo em 75 bilhões de reais, ante patamar de 70,876 bilhões de reais vistos no relatório anterior.
A meta para o próximo ano é de um rombo primário de 124,1 bilhões de reais, sétimo dado consecutivo negativo.
Em relação à dívida bruta, a estimativa dos economistas é de que essa relação chegará a 78,6% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim deste ano, contra percentual de 78,5% calculado no último relatório.
No ano que vem, a dívida bruta deverá chegar a 79,55% do PIB, ante projeção anterior de 79,7%, ainda segundo o Prisma.
(Por Camila Moreira, Texto de Marcela Ayres)
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