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Ministério Público e PF investigam suspeita de candidaturas-laranjas do PSL no Rio

17/10/2019 17h23

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Suspeitas de irregularidades em candidaturas do PSL do Rio de Janeiro na campanha eleitoral do ano passado estão sendo investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, informou o MP nessa quinta-feira.

As suspeitas envolvem o suposto uso de caixa 2 e de candidaturas-laranjas de ao menos três nomes da legenda no Estado.

O Ministério Público Eleitoral pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) fluminense a abertura de um procedimento investigatório, o que foi autorizado pela Justiça Eleitoral.

"A 204ª Promotoria Eleitoral do MPRJ requisitou à Polícia Federal instauração de inquérito policial para apurar prática de eventual crime eleitoral por parte dos deputados", informou o MP nesta quinta.

O processo corre em segredo de Justiça, mas fontes a par do assunto revelaram que entre os investigados suplentes de deputado federal e ao menos um deputado estadual do partido.

O comando do PSL no Rio de Janeiro, presidido pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, informou que “cada candidato tem responsabilidade individual por suas contas eleitorais e presta informações à Justiça Eleitoral”.

A nota destaca ainda que a presidência do partido é contra qualquer tipo de irregularidade e que não compactua com quem comete fraudes ou está à margem da lei.

"Se confirmada qualquer irregularidade, o partido tomará as medidas cabíveis", diz o comunicado.

A investigação sobre candidaturas do PSL do Rio acontece no mesmo momento em que há investigações sobre supostas irregularidades eleitorais que envolvem o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que comandou o partido em Minas Gerais no ano passado, e o presidente nacional da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PE).

Bivar e Bolsonaro tem travado uma guerra dentro do PSL que levou a um racha da bancada do partido na Câmara dos Deputados, o que inclui uma disputa pela liderança da legenda na Casa.

Parlamentares do grupo bolsonarista no PSL pediram, junto com o presidente da República, uma auditoria nas contas do partido. Eles têm cobrado transferência de Bivar e advogados da área eleitoral que têm se reunido com o presidente da República afirmam que a falta de transparência pode ser usada como justa causa para que parlamentares deixem o PSL sem perder seus mandatos por infidelidade partidária.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)