Dólar ajusta para baixo ante real, mas à espera de Campos Neto após ruído da véspera
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha queda ante o real na manhã desta sexta-feira, num dia de dólar amplamente fraco no mundo, após na véspera a cotação no mercado doméstico ter fechado no maior patamar em mais de três semanas.
Além de monitorar o exterior, que trouxe nesta sessão dados da economia chinesa e ainda reserva números dos Estados Unidos, o mercado vai acompanhar com atenção falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que segue em Washington participando de eventos relacionados a reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Na véspera, comentários de Campos Neto sobre a possibilidade de comprar dólares oriundos dos leilões do pré-sal caso gerem distorções no mercado provocaram ruídos e impulsionaram a moeda norte-americana às máximas da sessão, acima de 4,18 reais, no fim da manhã.
Operadores de mercado, contudo, ponderaram que Campos Neto também lembrou sobre a possibilidade de venda de dólar, como já vem ocorrendo. Nesta sessão, o BC colocou todos os 525 milhões de dólares à vista ofertados ao mercado, fazendo a troca de instrumentos (de swaps para dólar à vista) ao colocar todo o lote de 10.500 contratos de swap cambial reverso disponibilizados simultaneamente.
Segundo um gestor em São Paulo, apesar de uma leitura inicial sobre a fala de Campos Neto ter sido apressada, fica o receio de novos ruídos. "O mercado fica preparado de novo para tomar dólar quando ele começa a falar", disse.
Sinal da maior apreensão, a volatilidade implícita de três meses de opções de dólar/real --uma medida da incerteza sobre o rumo da taxa de câmbio-- subia a 12,61% nesta sessão, máxima em quase um mês.
Por volta de 9h50, o dólar à vista caía 0,44%, a 4,1527 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez recuava 0,26%, a 4,1565 reais.
Na véspera, o dólar spot fechou a 4,1702 reais na venda, maior valor para um encerramento desde 23 de setembro (4,1709 reais na venda).
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de divisas recuava 0,17%, enquanto moedas emergentes pares do real, como lira turca e rand sul-africano, se valorizavam.
(Por José de Castro)
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