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BC estende ofertas de dólar à vista para novembro e anuncia rolagem de linha de moeda

BC sinaliza, em estratégia, que identifica maior demanda por moeda estrangeira - Rahel Patrasso/Xinhua
BC sinaliza, em estratégia, que identifica maior demanda por moeda estrangeira Imagem: Rahel Patrasso/Xinhua

24/10/2019 19h06

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central informou nesta quinta-feira que dará sequência ao longo de novembro a leilões de dólar à vista, swap cambial reverso e swap tradicional, mantendo a estratégia de troca de instrumentos em curso desde agosto.

O gatilho para as operações é um valor de 11,31 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais (ou 226.200 contratos) a expirar em 2 de janeiro de 2020. Com a manutenção dos leilões diários, o BC preserva liquidez, mas na forma de outro instrumento (dólar à vista), em vez de swap tradicional.

A persistência nessa estratégia sinaliza que o BC segue identificando maior demanda por moeda estrangeira no segmento à vista, em meio a um fluxo cambial bastante negativo.

"Ao final do período de execução desta rolagem, objetiva-se que todo o estoque vincendo em 2/1/2020 seja rolado ou trocado por dólares à vista, portanto sem afetar a posição cambial líquida do BC", disse o BC em nota em seu site.

A posição cambial líquida do BC —que desconta o montante em instrumentos cambiais no mercado — estava em outubro em 329,828 bilhões de dólares, segundo dados mais atuais, contra um total de reservas internacionais na ocasião de 372,792 bilhões de dólares.

"A troca de instrumentos ocorrerá conforme a demanda dos agentes pelos diferentes instrumentos, por meio de leilões competitivos. As condições para a operacionalização de cada leilão serão divulgadas oportunamente por intermédio de comunicados públicos do Depin (Departamento de Reservas Internacionais) e do Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto) ", completou a autarquia.

O BC tem colocado em prática a estratégia de troca de ferramentas cambiais desde agosto, quando o dólar e as taxas de cupom cambial — uma medida do custo do dólar no mercado interno — dispararam diante de fortes e persistentes saídas de recursos do país, movimento que ainda ocorre.

O BC divulgou nesta quinta-feira que o fluxo cambial ao país está negativo em 6,771 bilhões de dólares em outubro até dia 22. Em 12 meses, o déficit é de 32,35 bilhões de dólares, o maior desde agosto de 1999.

Além de anunciar que fará leilões de dólar em várias modalidades em novembro, o BC informou nesta quinta os termos do mesmo modelo de operações previstas para sexta-feira: oferta de até 525 milhões de dólares em moeda à vista (entre 9h30 e 9h35), 10.500 contratos de swap cambial reverso (entre 9h30 e 9h35) e 10.500 contratos de swap cambial tradicional (entre 11h30 e 11h40).

Rolagem de linhas

O BC também anunciou nesta quinta que fará no próximo dia 28 leilão de rolagem de até 1,5 bilhão de dólares em linha de moeda estrangeira com compromisso de recompra, visando manter no mercado montante previsto para deixar o sistema no começo de novembro.

As propostas serão acolhidas entre 10h15 e 10h20. Os dólares vendidos serão convertidos pela Ptax de venda (taxa de câmbio calculada pelo BC) do boletim das 10h do dia 28, data do leilão.

A venda dos recursos será liquidada em 4 de novembro de 2019 —justamente quando esse montante, por ora, deverá deixar o mercado. A liquidação da recompra dos dólares está marcada para 3 de janeiro de 2020.