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É absurdo agente político fazer incitação antidemocrática, diz Alcolumbre sobre fala de Eduardo

31/10/2019 16h09

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quinta-feira que não há espaço para retrocesso autoritário e classificou como absurdo um agente político fazer "qualquer tipo de incitação antidemocrática", em dura resposta a declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre um possível novo AI-5.

"Não há espaço para que se fale em retrocesso autoritário. O fortalecimento das instituições é a prova irrefutável de que o Brasil é, hoje, uma democracia forte e que exige respeito", disse Alcolumbre em nota oficial divulgada pouco após ele se reunir com o presidente no Palácio da Alvorada.

"É lamentável que um agente político, eleito com o voto popular, instrumento fundamental do Estado democrático de Direito, possa insinuar contra a ferramenta que lhe outorgou o próprio mandato", afirmou.

"Mais do que isso: é um absurdo ver um agente político, fruto do sistema democrático, fazer qualquer tipo de incitação antidemocrática. E é inadmissível esse afronta à Constituição", completou.

Alcolumbre disse que, como presidente do Congresso, honra a Constituição brasileira, à qual prestou juramento, e que trabalha pelo fortalecimento das instituições, "convicto de que o respeito e a harmonia entre os poderes é o alicerce da democracia, que é intocável sob o ponto de vista civilizatório".

Em entrevista à jornalista Leda Nagle divulgada no Youtube nesta quinta-feira, Eduardo Bolsonaro disse que o governo de seu pai poderia lançar mão de um instrumento como o AI-5, adotado na ditadura militar, caso a esquerda radicalize em sua atuação no país.

(Reportagem de Ricardo Brito)