Lava Jato investiga pagamento de propina para anular operação contra empreiteira
(Reuters) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizam operação nesta quinta-feira para aprofundar as investigações sobre supostos crimes praticados com o intuito de anular uma ação penal contra empreiteira acusada de cometer diversas irregularidades, informou o MPF.
A chamada Operação Appius teve origem em informações fornecidas pelo ex-ministro Antonio Palocci em acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, e investiga suspeita de pagamento de propina por uma empreiteira a agentes públicos com o objetivo de anular a operação Castelo de Areia, acrescentou o Ministério Público em comunicado.
Deflagrada em março de 2009, a Castelo de Areia teve como principal alvo a empreiteira Camargo Corrêa, que teve diretores presos por suspeita de fraude à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes.
Fatos revelados pela operação, como irregularidades na construção da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco, foram posteriormente investigados também pela Lava Jato.
No entanto, a Castelo de Areia foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2011, após ser suspensa em 2010.
Na ação desta quinta-feira, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo e Fortaleza expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Os alvos não foram identificados, uma vez que a investigação está sob segredo de Justiça.
A Camargo Corrêa informou, em nota, que ainda não teve acesso às informações que embasam a operação, e disse ter sido "a pioneira, em seu setor, em firmar acordos de leniência e que permanece comprometida a colaborar”.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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