Petroleiros da Petrobras apontam atrasos e paralisações por greve
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Refinarias e terminais da Petrobras estão registrando atrasos e paralisações no segundo dia de greve da categoria, de acordo com informação da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os sindicatos da FUP decidiram manter a mobilização de cinco dias iniciada na segunda-feira, apesar de decisão de um ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que suspendeu na véspera repasses aos sindicatos pelo descumprimento de liminar que impedia o movimento grevista.
Contudo, segundo informação da FUP, a greve não gera impactos no abastecimento de combustíveis.
A FUP alertou para paralisações nas refinarias Landulpho Alves (Rlam/BA), Abreu e Lima (Rnest/PE), de Manaus (Reman/AM) e em Paulínia (Replan/SP). A federação relatou ainda paradas nos terminais Aquaviário de Suape (PE), de Guararema (SP) e da Transpetro (BA), além da unidade de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Fafen/PR) e em campos terrestres da Bahia (Taquipe, Araças, Candeias, Bálsamo, Buracica), entre outros.
Na véspera, de acordo com nota publicada pelo TST, "a Petrobras demonstrou que diversas refinarias paralisaram suas atividades" e que os grevistas estavam impedindo a entrada de funcionários em suas instalações.
Procurada, a Petrobras informou que não há uma "atualização" sobre o impacto do movimento grevista.
A mobilização dos trabalhadores, que envolve ações sociais, como doação de sangue por funcionários, foi mantida apesar do bloqueio pelo TST das contas das entidades sindicais no limite de 2 milhões de reais a cada dia de prosseguimento da mobilização.
Segundo o diretor de assuntos institucionais e jurídicos da FUP, Deyvid Bacelar, a federação já entrou com recurso no TST para tentar derrubar a decisão do ministro.
Para Bacelar, o movimento tem caráter diferente, uma vez que os petroleiros estão sendo chamados a protestar por meio da doação de sangue.
Ele admitiu, no entanto, que em algumas refinarias não está havendo a troca de turno, uma vez que a categoria está aderindo ao movimento.
"Estão deixando de trabalhar para doar sangue, é direito do trabalhador doar sangue e ter o dia abonado", declarou.
Uma fonte da Petrobras disse à Reuters, em condição de anonimato, que a greve não está afetando e não vai prejudicar as operações e produção da empresa."Não há risco algum para a produção", disse a fonte. "A empresa está tranquila tanto no refino quanto na produção." Segundo a fonte, houve algumas poucas perturbações em determinadas unidades da empresa, mas sem maiores complicações.
"Houve problemas pontuais de troca de turno e embarque. Mas sem maiores repercussões", avaliou a fonte.
O movimento grevista, segundo a FUP, visa alertar a sociedade sobre os riscos da política de demissões em massa e transferências que vêm sendo aplicada pela atual diretoria da Petrobras, que tem uma política de desinvestimentos.
Além disso, a FUP afirmou que a empresa incluiu metas de segurança, saúde e meio ambiente (SMS) como critérios para pagamento de bônus e concessão de vantagens, o que, segundo ela, fere cláusulas do acordo trabalhista.
(Por Roberto Samora e Rodrigo Viga Gaier)
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