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Dólar fecha a quase R$4,26 e bate 3º recorde histórico seguido apesar de atuação do BC

27/11/2019 17h18

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em máxima histórica nominal pelo terceiro pregão consecutivo nesta quarta-feira, perto de 4,26 reais, mesmo depois de o Banco Central ter feito nova oferta líquida de moeda à vista, a terceira em dois dias.

No mercado interbancário, o dólar fechou em alta de 0,44%, a 4,2586 reais na venda.

Na segunda-feira (4,2150 reais) e na terça (4,2398 reais) a moeda já havia renovado recordes históricos para um encerramento de sessão no mercado à vista.

Desde a semana passada, o dólar bateu recorde quatro vezes. No dia 18, a moeda fechou a 4,2061 reais na venda, deixando para trás o pico anterior, de setembro de 2015.

Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,44% nesta quarta, a 4,2535 reais, por volta de 17h30.

O BC anunciou oferta líquida de dólar à vista por volta de 12h40, quando a moeda estava nas máximas do dia, acima de 4,27 reais. A exemplo da véspera, o dólar perdeu força, mas não a ponto de inverter a direção.

Autoridades do Banco Central --o presidente Roberto Campos Neto e o diretor de política monetária, Bruno Serra-- disseram na terça e na quarta-feira que o BC poderá continuar atuando no câmbio em caso de necessidade.

Estrategistas do Credit Suisse, contudo, avaliaram que a mensagem do Banco Central ainda não é "suficientemente clara" para sugerir que pode intervir sob qualquer circunstância.

O banco suíço moveu para cima a faixa com a qual trabalha para a taxa de câmbio brasileira, agora entre 4,18 reais e 4,35 reais (antes 4,10 reais e 4,25 reais), citando mensagens "confusas" da parte de autoridades sobre a política cambial e a tendência do mercado de interpretar mal esses recados.

A alta do dólar no Brasil nesta quarta-feira, porém, pareceu mais alinhada ao movimento externo, especialmente depois da intervenção do BC. O dia de forma geral era de dólar forte no mundo, após dados mais sólidos da economia dos Estados Unidos.

Veja gráfico intradiário desta quarta do índice (dólar contra cesta de seis moedas fortes) e da taxa de câmbio brasileira (reais por dólar):

Estrategistas do Deutsche Bank disseram que o cenário para o real segue influenciado pela perspectiva de mais cortes de juros. "Somam-se a isso as preocupações gerais sobre a estabilidade política na América Latina, à luz dos recentes protestos na região", disseram em nota a clientes.