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Índice supera 112 mil pontos com otimismo sobre China-EUA após corte da Selic, melhora de perspectiva do rating

12/12/2019 13h35

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa acelerava ganhos nesta quinta-feira, superando os 112 mil pontos pela primeira vez, após noticiário favorável sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que reforçou uma sessão já positiva após novo corte da taxa Selic e melhora da perspectiva do rating do país pela S&P.

Às 13:32, o Ibovespa subia 0,9%, a 11.959,14 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 112.099,62 pontos. O volume financeiro da sessão somava 9,1 bilhões de reais.

A melhora ocorreu após declaração do presidente norte-americano, Donald Trump, de que os EUA estão "muito próximos" de fechar um acordo comercial com Pequim, e acelerou após o Wall Street Journal noticiar possível cancelamento de novas tarifas.

De acordo com a reportagem do jornal norte-americano, negociadores dos EUA ofereceram corte de até 50% nas tarifas em vigor sobre 360 bilhões de dólares em importações da China, além do cancelamento de novas taxações planejadas para entrar em vigor em 15 de dezembro.

De acordo com o gestor Igor Lima, sócio na Galt Capital, o mercado espera que algum acordo seja divulgado nos próximos dias que evite a nova rodada de alta de tarifas e o comentário de Trump é uma evidência forte nessa direção. "O comentário dele reforça a expectativa de algo robusto ser divulgado", disse.

Ele ponderou, contudo, que a assimetria no mercado está ruim, e que se não for divulgado algum acordo e as tarifas subirem como planejado o mercado pode sofrer bem.

"Se os EUA avançarem com essas tarifas, seria uma surpresa negativa significativa", reforçou Jonathan Garner, do Morgan Stanley, em nota a clientes. "Nós acreditamos que os mercados sob nossa cobertura permanecem amplamente precificados para um adiamento ou cancelamento (como parte da fase 1 de um acordo)."

A B3 já mostrava um viés positivo desde a abertura após corte da taxa básica de juros do país para nova mínima história e melhora na perspectiva do rating brasileiro pela Standard & Poor's, além de números fortes do setor de serviços.

A equipe do BTG Pactual afirmou seguir "bem otimista" com o Brasil e com os ativos do país. "Ao nosso ver, o grande destaque do primeiro trimestre será mesmo a bolsa de valores", afirmou, em nota distribuída a clientes pela área de gestão do banco.

DESTAQUES

- MRV ON avançava 4,89%, após sanção presidencial de medida provisória que fixa novas regras do FGTS. Na visão da analistas, o veto a limites aos descontos concedidos no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida é positivo para construtoras com foco em baixa renda.

- GPA PN valorizava-se 3,62%, um dia após evento com investidores, em que o varejista estimou que a unidade de atacarejo Assaí atinja vendas brutas de 50 bilhões de reais até o final de 2022, conforme a dona das bandeiras Pão de Açúcar e Extra continua o processo de expansão orgânica.

- LOJAS AMERICANAS PN subia 3,12%, após relatório do Credit Suisse elevando recomendação para 'outperform' e preço-alvo para 30 reais. O CS também melhorou a recomendação de B2W para 'neutra' e o preço-alvo para 70 reais, ajudando na alta de 3,55% da ação. No setor, VIA VAREJO ON avançava 4,07%.

- SABESP ON caía 4%, mesmo após aprovação pela Câmara dos Deputados na noite da véspera do texto-base do projeto que atualiza o marco legal do saneamento básico no Brasil, proposta encarada pelo governo como chave para a entrada de investimentos no país.

- PETROBRAS PN subia 1,45%, alinhada à alta dos preços do petróleo. PETROBRAS ON ganhava 1,14%.

- VALE ON tinha elevação de 1,33%, favorecida pelas perspectivas sobre China-EUA. Um painel de especialistas contratado pela mineradora para avaliar causas técnicas do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG) em janeiro apontou em relatório que o incidente foi causado pela "liquefação estática dos rejeitos" na estrutura.

- BRADESCO PN avançava 0,79% e ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,2%, também contagiados pelo clima mais positivo no mercado.