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Neoenergia conclui projeto de transmissão de energia 38% abaixo do orçamento

19/12/2019 20h29

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A Neoenergia disse nesta quinta-feira que concluiu a construção do projeto de transmissão de energia EKTT 13, uma subestação no Estado de São Paulo, 14 meses antes do prazo e com orçamento 38% abaixo dos 141 milhões de reais estimados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a obra.

A redução de custos e a antecipação de cronogramas são cruciais para viabilizar a rentabilidade de empreendimentos de transmissão, principalmente em momento em que os leilões do Brasil para novos projetos no setor têm atraído intensa disputa entre investidores.

A concorrência leva a fortes deságios na receita anual paga às empresas pela construção e operação das linhas, pressionando as taxas de retornos para um nível "feio" quando não são consideradas entregas antes do prazo ou cortes de orçamento, apontaram analistas do banco Credit Suisse em relatório nesta quinta-feira.

A Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola, arrematou um novo projeto no setor em leilão realizado pelo governo brasileiro nesta quinta-feira, que deverá exigir 303 milhões de reais, segundo a Aneel.

Nesse projeto, mesmo um aporte 15% abaixo do previsto e uma conclusão 12 meses antes da data contratual resultaria em uma taxa interna de retorno (IRR) real pouco atrativa, de 5,2%, calcularam os analistas do Credit. "Esse retorno pode ser melhorado para 8,7% usando um corte de 30% (nos gastos)", apontaram.

Eles acrescentaram ainda que, como o empreendimento será construído na Bahia, onde a Neoenergia opera a distribuidora de eletricidade Coelba, "a companhia pode obter sinergias de custos que eventualmente melhorem os retornos finais".

"Nós destacamos que a Neoenergia tem sido capaz de antecipar seus projetos em construção ao menos 12 meses antes do cronograma original, com significativa economia no CAPEX até o momento", escreveram os analistas.

Eles estimaram que os projetos de transmissão do leilão desta quinta-feira, que teve deságio médio recorde de 60,3%, devem ter em média taxa interna de retorno real de 6,2% caso as empresas cortem custos em 15%, ou 9,5% se a redução nos investimentos chegar a 30%.

BNDES

A Neoenergia afirmou ainda, no mesmo comunicado, que teve aprovados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) três contratos de financiamento, no valor total de 2,45 bilhões de reais.

Os recursos envolvem 778 milhões de reais e 375 milhões para as obras de projetos de transmissão (EKTT1 e EKKT12) arrematado pela empresa em leilões realizados em dezembro e abril de 2017, respectivamente, além de 1,3 bilhão de reais para o complexo eólico Chafariz.

As operações para os negócios de transmissão terão prazo de 24 anos, com três anos de carência e custo de IPCA + 3,51% ao ano, enquanto o empréstimo para as usinas eólicas terá o mesmo prazo e carência e taxa de IPCA + 4,11% ao ano.