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Equinor planeja reduzir emissões na Noruega em 40% nesta década

NERIJUS ADOMAITIS
Imagem: NERIJUS ADOMAITIS

06/01/2020 16h38

Por Victoria Klesty e Terje Solsvik

OSLO (Reuters) - A norueguesa Equinor planeja reduzir as emissões de gases de efeito estufa de suas operações domésticas em 40% nesta década e atingir nível próximo ao zero até 2050, potencialmente permitindo que o país continue a produzir petróleo mesmo enquanto trabalha para atender às obrigações climáticas internacionais.

O presidente-executivo da Equinor, Eldar Saetre, disse à Reuters que o plano também pode dar à estatal uma vantagem competitiva, já que a indústria enfrenta crescentes custos relacionados às emissões que contribuem com o aquecimento global.

A Noruega é a maior exportadora de óleo e gás da Europa Ocidental, tendo utilizado recursos provenientes dessas vendas para construir o maior fundo soberano do mundo, de mais de 1 trilhão de dólares.

A Equinor e seus parceiros pretendem investir cerca de 50 bilhões de coroas (5,7 bilhões de dólares) até 2030 para reduzir as emissões de gás carbônico para uma taxa anual de cerca de 8 milhões de toneladas em instalações tanto marítimas quanto terrestres na Noruega, disse a companhia. Em 2018, as emissões foram de 13 milhões de toneladas.

As metas da Equinor abrangem apenas as emissões relacionadas às suas operações, sem contar as geradas pelos produtos que comercializa, o que estimulou críticas de alguns grupos ambientais.

Biraj Borkhataria, analista da RBC Capital Markets, disse que as emissões de CO2 da Equinor por barril de óleo equivalente já são baixas --de 9 kg, ante uma média de 18 kg no setor-- e que faz sentido que a companhia não inclua as emissões de seus produtos, considerando suas operações reduzidas em varejo e distribuição.

A Equinor disse que os cortes iniciais ocorrerão especialmente por meio da substituição da eletricidade de suas turbinas a gás em grandes instalações por energias renováveis, incluindo turbinas eólicas no mar e energia hidrelétrica via cabos submarinos.

"Estamos convencidos de que (cortar) as emissões de CO2 do processo de produção será um fator competitivo, principalmente no futuro... Haverá regulamentação dessas emissões e também impostos associados a ela... Trata-se principalmente de evitar custos e criar uma situação competitiva", disse Saetre.