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Poupança ganha R$ 13,327 bilhões em 2019, mas tem pior resultado em três anos

Getty Images
Imagem: Getty Images

Marcela Ayres e Gabriel Ponte

Em Brasília

07/01/2020 15h17

Resumo da notícia

  • Taxa básica de juros no menor nível da história reduziu rendimento da poupança
  • Resultado é o menor desde 2016, quando a poupança perdeu R$ 40,702 bilhões
  • Em dezembro, houve entrada de 17,211 bilhões, melhor dado desde 2017

A caderneta de poupança registrou entrada líquida de R$ 13,327 bilhões em 2019, pior resultado para a caderneta em três anos, em meio à queda na remuneração do tradicional produto de investimento entre os brasileiros diante da diminuição histórica da taxa básica de juros, a Selic.

Segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central, esta foi a performance mais fraca para a poupança desde 2016, quando registrou uma retirada líquida de R$ 40,702 bilhões.

No consolidado do ano, os depósitos superaram os saques em R$ 12,390 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve ingresso líquido de R$ 937,497 milhões.

Em dezembro, mês tradicionalmente positivo, houve captação líquida de R$ 17,211 bilhões, melhor dado para o mês desde 2017 (+ R$ 19,373 bilhões).

Juros baixos

Com os juros em mínimas históricas, a remuneração da poupança tem minguado cada vez mais. Com a inflação baixa e a atividade econômica em marcha lenta, o BC reduziu a Selic em 2 pontos em 2019, ao patamar atual de 4,5% ao ano.

Por lei, toda vez que a Selic for igual ou inferior a 8,5%, a remuneração da poupança passa a ser de 70% da Selic acrescida da Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada.

Hoje, isso equivale a uma remuneração de 3,15% ao ano para a poupança. Como a expectativa de inflação para 2020 é de 3,6%, conforme boletim Focus mais recente, as aplicações na poupança, na prática, não devem ter ganho real neste ano.

Com a Selic acima de 8,5%, a poupança rende TR mais 0,5% ao mês. Mas desde setembro de 2017 a taxa básica de juros está abaixo deste nível.

Para César Bergo, economista e professor do curso de Especialização em Mercado Financeiro e Investimentos da UnB (Universidade de Brasília), um dos motivos que justificam a menor captação líquida da poupança no ano de 2019 é a baixa rentabilidade do produto.

"Nunca houve uma situação tão dramática quanto essa [para a poupança]", disse ele, em referência à perspectiva de rentabilidade negativa.

Para Bergo, a expectativa é que o quadro se agrave em 2020, com o rendimento da poupança ficando ainda mais distante da inflação do período.

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