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Acomodação segue e Ibovespa cai, mas sustenta 116 mil pontos; Petrobras recua

08/01/2020 18h36

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda pela quarta sessão seguida nesta quarta-feira, numa sessão sem tendência definida, marcada pelo arrefecimento das tensões geopolíticas envolvendo EUA e Irã, mas com os papéis da Petrobras e de bancos novamente entre as maiores pressões de baixa.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,36%, 116.247,03 pontos. O volume financeiro somou 24,3 bilhões de reais.

No melhor momento da sessão, o Ibovespa chegou a recuperar o patamar dos 117 mil pontos, em alta de 0,58%, mas perdeu força com a ampliação das perdas dos papéis da petrolífera de controle estatal, que respondem por mais de 10% da composição do índice.

O contrato de petróleo Brent fechou a 65,44 dólares, queda de 4,15%, após disparar mais cedo, na esteira de ataques do Irã a instalações militares norte-americanas no Iraque após ataque dos Estados Unidos matar um comandante iraniano.

A mudança no sinal ocorreu com sinais mais apaziguadores de autoridades de Washington e Teerã e a queda acelerou após o presidente Donald Trump afirmar que os ataques do Irã não deixaram vítimas e que não quer mais usar a força.

Em Wall Street, os principais índices acionários também ampliaram a alta, com o S&P 500 fechando com elevação de 0,49%. Números sobre o mercado de trabalho privado dos EUA também repercutiram, assim como notícias corporativas.

Apesar de o Ibovespa ter engatando a quarta queda consecutiva, agentes de mercado têm citado que a volatilidade recente tem sido uma oportunidade de realização de ganhos, que eles veem como sadia e que abre pontos de compra das ações. Em 2019, a alta do Ibovespa superou 30%.

"A bolsa teve um rali impressionte em dezembro (quando o Ibovespa subiu quase 7%), é natural que experimente um momento de acomodação nos preços", destacou o gestor Ricardo Campos, sócio-fundador da Reach Capital.

Entre analistas e gestores, de modo geral, continua a percepção de que o mercado acionário brasileiro permanece com bons fundamentos, em meio a perspectivas de recuperação da economia brasileira e de taxas de juros ainda baixas.

De acordo com o gestor Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, o começo do ano é sempre marcado por expectativa de fluxos e construção de portfólios e ele vê o movimento recente como uma realização de lucros. "Por enquanto, nada que chame muita atenção", avaliou.

Ele também citou as ofertas públicas previstas para o curto prazo, entre elas a de ações da Petrobras detidas pelo BNDES. "Isso pode estar gerando uma venda nas ações para fazer caixa para as ofertas."

DESTAQUES

- PETROBRAS ON cedeu 1,63% e PETROBRAS PN caiu 0,62%, conforme o petróleo recuou no exterior. A expectativa quanto à oferta de ações da companhia detidas pelo BNDES e a notícia de que o governo estuda apresentar até fevereiro mecanismo para absorver altas do petróleo ditaram a baixa nos papéis.

- BRADESCO PN recuou 1,55%. ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,63%. Em relatório, o BofA Securities chamou a atenção para o risco adicional aos maiores bancos oriundo das cooperativas de crédito.

- WEG ON caiu 3,78%, entre as maiores quedas do Ibovespa. O papel apurou forte valorização em 2019, encerrando o ano com ganho acumulado de 100,7%.

- VALE ON teve variação negativa de 0,02%, apesar de os futuros do minério de ferro na China subirem ao maior nível em mais de cinco meses nesta quarta-feira, ajudados por expectativas sobre a demanda de siderúrgicas.

- BRF ON subiu 3,84%, também ajudada pelo alívio nas tensões no Oriente Médio, com papéis do setor de proteínas como todo fechando em alta. JBS ON ganhou 2,45%, tendo no radar melhora na recomendação da ação para 'outperform' por analistas do Bradesco BBI. MARFRIG ON avançou 2,5% e MINERVA ON teve alta de 1,1%.

- GOL PN avançou 3,95%, entre os destaques positivos, influenciada pela queda dos preços do petróleo e após divulgar prévia do resultado do quarto trimestre, mostrando crescimento de receitas e queda de custos.

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(Edição de Aluísio Alves)