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Emirados Árabes não veem risco imediato ao fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz

08/01/2020 10h09

Por Rania El Gamal e Dahlia Nehme

ABU DHABI (Reuters) - O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos disse nesta quarta-feira que não vê risco imediato à passagem de petróleo pelo vital Estreito de Ormuz, depois que o Irã atacou bases que abrigam forças norte-americanas no Iraque.

Autoridades iranianas disseram que os ataques com mísseis foram uma resposta ao assassinato de sexta-feira do comandante iraniano Qassem Soleimani em Bagdá.

A situação não é uma guerra, e não deve haver exageros sobre o que está acontecendo agora, disse Suhail al-Mazrouei nos bastidores de uma conferência em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, produtora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

"Não vamos ver uma guerra", acrescentou. "Esta é definitivamente uma escalada entre os Estados Unidos, que são aliados, e o Irã, que é um vizinho, e a última coisa que queremos é mais tensão no Oriente Médio".

Os preços do petróleo operavam em leve queda nesta quarta-feira, após uma alta inicial, bem abaixo da máximas atingidas na véspera, um dia frenético para o mercado após os ataques com mísseis elevarem expectativas de um conflito crescente e uma possível interrupção dos fluxos de petróleo.

O ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, afirmou na quarta-feira, segundo a agência semi-oficial de notícias ISNA, que Teerã estava se beneficiando do aumento dos preços do petróleo. Ele também pediu aos Estados Unidos que deixem a região.

"A tendência dos preços do petróleo é de alta e isso beneficia o Irã. Os americanos devem parar de perturbar a região e deixar o povo da região viver", disse Zanganeh.

O secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, disse na conferência em Abu Dhabi que instalações de petróleo no Iraque, o segundo maior produtor da Opep, estão com a segurança garantida e que a produção continua.

Ele disse que há uma capacidade ociosa global da indústria de petróleo em torno de 3 milhões a 3,5 milhões de barris por dia (bpd), a maior parte detida pela Arábia Saudita, principal produtor da Opep.