Brasil pretende discutir cooperação com Opep este ano, diz ministério
(Texto reescrito para incluir posicionamento do Ministério de Minas e Energia sobre Opep)
Por Nidhi Verma
NOVA DÉLHI (Reuters) - O Brasil deve ter conversas com a Arábia Saudita em julho sobre uma possível cooperação com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse à Reuters o Ministério de Minas e Energia, o que deve ocorrer em meio a uma visita programada de autoridades brasileiras ao reino no Oriente Médio.
Em declaração durante visita a Nova Dhéli, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que as exportações de petróleo do Brasil devem avançar para 1,4 milhão de barris por dia (bpd) em 2020, ante 1,1 milhão de bpd em 2019, enquanto a produção tende a crescer 13%, para 3,5 milhões de bpd.
Em comunicado, o ministério informou que Albuquerque manterá conversas com autoridades da Arábia Saudita, maior produtor da Opep, sobre uma possível cooperação com o grupo quando ele visitar Riad em reunião de energia do G20, em meados do ano.
"O ministro indicou que tem intenção de atender a reunião de ministros de energia do G20 e que conversaria com autoridades sauditas sobre a pauta energética bilateral e poderia, inclusive, tratar sobre eventual cooperação entre o Brasil e a Opep", afirmou o comunicado.
Não foi informado se essas negociações poderiam levar o Brasil a se tornar membro da Opep, ou do grupo Opep+, que inclui outros exportadores como a Rússia, que se aliaram ao cartel de produtores para aumentar os preços limitando a produção.
O comunicado foi divulgado após Albuquerque ter falado à Reuters depois de reunião com o ministro do Petróleo da Índia, Dharmendra Pradhan, na quarta-feira. Questionado se o Brasil ingressaria à Opep, o ministro disse que isso poderia ser discutido durante sua visita a Riad, em julho. E ao ser perguntado se o Brasil poderia participar de qualquer pacto de produção, ele disse que era "uma questão de negociações".
O ministro está na Índia para visita oficial do presidente Jair Bolsonaro, que viajou ao país nesta quinta-feira.
Bolsonaro indicou a possibilidade de uma adesão à Opep em outubro. A proposta, porém, não foi bem recebida pelo setor de petróleo, uma vez que produtores temem que nesse caso o Brasil --que se tornou exportador líquido no ano passado-- tenha que aderir a cortes de produção acertados entre a Opep e outros produtores.
Durante a visita de Bolsonaro, a Índia espera assinar acordos com o Brasil, incluindo um memorando de entendimento para cooperação no setor de petróleo e gás natural, afirmou o país asiático em comunicado na quarta-feira.
Segundo o ministro indiano de Petróleo, empresas do país expressaram interesse em obter mais petróleo do Brasil, desde que termos comerciais favoráveis sejam oferecidos.
Em 2019, as exportações de petróleo do Brasil para a Índia recuaram 23%, para cerca de 47 mil bpd, de acordo com dados de agências marítimas obtidos por fontes da indústria.
(Reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)
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