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Refinarias da China reduzem produção com impacto de vírus sobre demanda, dizem fontes

03/02/2020 09h24

Por Chen Aizhu e Muyu Xu

CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - A chinesa Sinopec, maior empresa de refino da Ásia, está cortando o processamento de petróleo neste mês em cerca de 12%, a maior redução em mais de uma década, à medida quem a rápida disseminação de um coronavírus impacta a demanda por combustível e sua distribuição, disseram quatro fontes próximas do assunto.

A estatal está cortando o processamento em cerca de 600 mil barris por dia (bpd), enquanto outras importantes refinarias independentes na província de Shandong, ao leste da China, conhecidas como "teapots", reduziram as operações para de 30% a 50% abaixo de suas capacidades, um nível não visto desde ao menos 2015.

"Devido às amplas expectativas de destruição da demanda, os cortes da Sinopec, os maiores desde a crise financeira de 2008, visam apoiar os preços domésticos dos combustíveis", disse o diretor da consultoria SIA Energy, focada em China, Seng Yick Tee.

Junto com os cortes nas refinarias independentes, isso pode levar países produtores liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a avaliar a prorrogação ou ampliação de cortes de produção, disse Tee.

A Sinopec pediu às suas refinarias na sexta-feira para que reduzissem produção e deu às plantas diferentes metas de cortes com base na demanda local por combustíveis e na logística, disseram as fontes à Reuters, sob a condição de anonimato.

A Sinopec está monitorando de perto as condições do mercado e está pronta a reagir para garantir a oferta, disse a empresa em e-mail à Reuters.

"A companhia está monitorando de perto das mudanças na situação do mercado e otimizará as taxas operativas e o mix de produção com base na demanda do mercado", disse a empresa, sem comentar diretamente sobre os cortes.

Quatro fontes estimaram os cortes totais para fevereiro em 2,5 milhões de toneladas, ou cerca de 600 mil bpd em média.

"É provável que os cortes sejam prorrogados para março", disse uma das fontes, um executivo de uma refinaria.

As plantas, no entanto, poderiam responder rapidamente e elevar a produção caso a situação do mercado mude, acrescentou o executivo.