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Ibovespa fecha em alta com ânimo global, mas coronavírus mantém volatilidade

04/02/2020 18h27

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa teve a segunda alta seguida nesta terça-feira, endossado pelo clima favorável em bolsas no exterior, com dúvidas ligadas ao surto de coronavírus ainda presentes, mas medidas de liquidez do banco central chinês trouxeram alívio.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,81%, a 115.556,71 pontos, tendo superado 116 mil pontos no melhor momento da sessão. O volume financeiro do pregão somou 23,1 bilhões de reais.

Na visão do analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a bolsa paulista respondeu ao ambiente de menor aversão a risco no exterior, em mais uma sessão de estímulos no mercado chinês.

O Banco do Povo da China injetou 1,7 trilhão de iuanes (242,74 bilhões de dólares) através de recompras reversas na segunda e terça-feira.

Arbetman destacou que o vírus ainda é considerado uma ameaça e as taxas de contágio não sinalizam arrefecimento, mas os desenvolvimentos até aqui não representam, na visão de muitos agentes, uma mudança da qual a China não se recupere.

Hong Kong registrou a primeira morte causada pelo vírus, a segunda fora da China continental e parte de um surto que já matou mais de 420 pessoas e se espalha pelo mundo.

De acordo com o analista da Ativa, até que fiquem claros os efeitos do coronavírus, a volatilidade tende a seguir presente, com alguns momentos também de recuperação como nesta sessão. "Ainda é prematura qualquer assunção sobre o vírus."

Da pauta brasileira, a produção industrial teve queda de 0,7% em dezembro sobre o mês anterior. Ante dezembro de 2018, caiu 1,2%. Os números foram piores que o previsto.

"A divulgação de hoje adiciona um desânimo com a atividade no curto prazo e aumenta a probabilidade de um PIB 2020 em torno de 2% em vez de 2,5%", avaliou o estrategista Felipe Sichel, do modalmais, em nota a clientes.

DESTAQUES

- VALE subiu 2,67%, em sessão positiva para o setor de mineração e siderurgia, em linha com o desempenho de pares no exterior. GERDAU PN subiu 4,28%.

- COGNA ON avançou 5,58%, mesmo após anúncio de oferta de ações na sexta-feira. Em relatório, o Goldman Sachs afirmou que, embora o anúncio possa ter surpreendido alguns, se concluída, a oferta pode aliviar significativamente a situaçao de endividamento da empresa, dada a maior flexibilidade para buscar crescimentos orgânico e inorgânico. O banco reiterou recomendação de compra para as ações.

- GOL PN ganhou 2,36%, tendo de pano de fundo fraqueza do dólar ante o real e anúncio de codeshare com a American Airlines. A aérea e a Smiles também convocaram para o dia 5 de março assembleias para votar a reorganização societária do grupo.

- BRADESCO PN valorizou-se 0,06%, tendo no radar divulgação de resultado na quarta-feira e arquivamento pela corregedoria do Ministério da Economia de processo contra a instituição após a operação Zelotes. ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,79%.

- PETROBRAS ON avançou 2,47%, apesar da piora dos preços do petróleo no exterior, em sessão também marcada pelas expectativas para a oferta de ações ordinárias da petrolífera em poder do BNDES, a ser precificada na quarta-feira. PETROBRAS PN subiu 1,6%.

- EQUATORIAL ON avançou 3,86%. As contas de luz da distribuidora de energia Equatorial Alagoas poderão subir em média 12% a partir de maio, após reajuste extraordinário pedido pela empresa à Aneel.

- ULTRAPAR ON cedeu 0,91% e COSAN ON recuou 1,02%. O Credit Suisse chamou a atenção para dados sobre vendas de combustíveis mostrando perda de participação dos três maiores participantes do mercado. BR DISTRIBUIDORA ON cedeu 0,41%.(ttp://bit.ly/2vKIfOF)

- B3 recuou 0,26%, após renovar cotação recorde na véspera, com a alta acumulada em 2020 ainda ao redor de 16%.