BC do Japão sinaliza prontidão para afrouxamento à medida que vírus afeta perspectiva
Por Leika Kihara
MATSUYAMA, Japão (Reuters) - O banco central do Japão está pronto para aumentar os estímulos se a recuperação da economia for prejudicada, disse seu vice-presidente, Masazumi Wakatabe, nesta quarta-feira, alertando que o surto de coronavírus pode prejudicar o sentimento corporativo e o comércio global.
Wakatabe disse que é provável que a economia do Japão tenha emergido de uma desaceleração acentuada, mas temporária, no final do ano passado, ajudada pela demanda doméstica robusta e pela redução das tensões comerciais sino-americanas, sinalizando que não há flexibilização monetária imediata no horizonte.
Mas ele disse que os riscos continuam altos, incluindo a crescente incerteza sobre como a disseminação do coronavírus pode afetar a China - motor do crescimento mundial - e a economia global.
"A presença da China na economia global tornou-se muito grande", o que significa que o Banco do Japão deve prestar "máxima atenção" a como o vírus pode afetar o Japão através de interrupções na cadeia de suprimentos e queda no turismo, disse Wakatabe em entrevista coletiva após se reunir com líderes empresariais em Matsuyama, oeste do Japão.
"O Banco do Japão não hesitará em tomar medidas adicionais de afrouxamento se os riscos se tornarem muito grandes e aumentarem a chance de perder o impulso para atingir sua meta de preço de 2%", disse Wakatabe, que é considerado um defensor da flexibilização agressiva.
Wakatabe disse que o banco central não descartará nenhuma opção de política monetária para flexibilizar, incluindo o aprofundamento das taxas de juros negativas.
Sob uma política de controle da curva de juros, o Banco do Japão orienta a taxa de juros de curto prazo a -0,1% e os rendimentos dos títulos do governo com prazo em dez anos em cerca de 0%, como parte dos esforços para atingir sua meta de inflação.
A economia do Japão, a terceira maior do mundo, provavelmente sofreu uma contração no último trimestre do ano passado, com o aumento do imposto sobre vendas em outubro e a desaceleração da demanda global prejudicando o consumo e as exportações.
O banco central espera que a economia se recupere este ano e ajude a aumentar a inflação em direção à sua meta de 2%, esperando que o crescimento global se recupere em meados do ano e apoie as exportações.
Mas a crescente repercussão do coronavírus colocou em dúvida a projeção otimista do banco central, colocando-o sob pressão para manter ou mesmo expandir seu enorme estímulo.
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