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Lucro da Klabin recua no 4º tri com pressão de preços externos, mas fica acima do esperado

06/02/2020 09h49

Por Paula Arend Laier

(Reuters) - A Klabin teve lucro líquido de 631 milhões de reais no último trimestre de 2019, uma queda de 31% na comparação com o mesmo período do ano anterior, em resultado afetado pela queda dos preços de celulose e kraftliner no mercado internacional, conforme dados divulgados nesta quinta-feira.

Apesar do recuo, o número ficou acima do esperado por analistas em pesquisa Refinitiv, que mostrava expectativa média de lucro de 186,11 milhões de reais.

A receita líquida totalizou 2,7 bilhões de reais entre outubro e dezembro do ano passado, um recuo de 3% na comparação ano a ano, com a empresa citando que o crescimento de receita nos negócios de papéis e embalagens atenuou a queda nos preços de celulose branqueada e kraftliner.

"Destaca-se também o aumento da participação do mercado interno na composição de receita, consequência da captura de um ambiente econômico doméstico mais aquecido", afirmou a fabricante de papel e celulose no material de divulgação do balanço.

O volume de vendas no quarto trimestre, excluindo madeira, atingiu 927 mil toneladas, equivalente a um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O custo caixa unitário total, que contempla a venda de todos os produtos da companhia, caiu 2%, para 1.788 reais/t no trimestre.

"Essa queda foi possível especialmente pelo bom desempenho operacional da Klabin, ocasionando maior diluição de custos fixos e maior geração e venda de energia", afirmou a empresa, citando ainda menores gastos com químicos, óleo combustível e a disciplina na linha de gastos gerais e administrativos.

A Klabin reportou geração operacional de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de 965 milhões de reais no trimestre, com margem Ebitda ajustado de 36%, recuos de 15% e 5 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2018.

De acordo com a companhia, sua flexibilidade operacional, com posicionamento de destaque no mercado de papéis e embalagens, atenuou a queda nos preços de celulose branqueada e kraftliner no exterior.

O endividamento líquido consolidado em 31 de dezembro totalizou 14,355 bilhões de reais, uma queda de 741 milhões de reais ante 30 de setembro, explicada majoritariamente pelo impacto positivo da variação cambial sobre a dívida em dólar. No final de 2018, porém, o endividamento somava 12,399 bilhões de reais.

A alavancagem financeira, mensurada pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado terminou o ano a 3,3 vezes, de 3,4 vezes no final do terceiro trimestre e 3,1 vezes no final de 2018. Em dólares, a Klabin fechou o último trimestre de 2019 com relação dívida líquida/Ebitda de 3,2 vezes.

O fluxo de caixa livre ajustado, desconsiderando fatores discricionários e projetos de expansão, somou 679 milhões de reais, acima dos 524 milhões de reais de um ano antes e dos 385 milhões do trimestre anterior, explicado majoritariamente pela melhora no capital de giro em 383 milhões de reais.

"A melhora em relação ao trimestre anterior foi possível pela compensação de impostos e contribuições a recuperar, além da redução dos níveis de estoques do período, comprovando a capacidade da companhia de otimização nas linhas de capital de giro e gestão diligente de caixa", disse a Klabin.

INVESTIMENTOS

A fabricante de papel e celulose afirmou que ao longo do quarto trimestre de 2019 investiu 852 milhões de reais em suas operações e em novos projetos. Do montante total, 79 milhões foram destinados às operações florestais e 210 milhões investidos na continuidade operacional das fábricas.

Com relação ao projeto Puma II, a empresa relatou que as obras avançam em linha com o cronograma inicial, com 20% do cronograma da primeira fase concluídos na data de 26 de janeiro de 2020, perfazendo um total de 554 milhões investidos no quarto trimestre, e 1,271 bilhão desde o início das obras.

Aprovado em abril do ano passado e com aporte bruto previsto em 9,1 bilhões de reais, o novo ciclo de expansão compreende a instalação de duas máquinas de papéis para embalagens com capacidade de produção anual de 920 mil toneladas, situadas na Unidade Puma, onde a Klabin já opera a produção de celulose branqueada, na forma de fibra curta, fibra longa e fluff.