Neoenergia avalia gás importado para disputar leilões com térmica em Pernambuco
SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica Neoenergia pretende disputar leilões do governo agendados para abril, que oferecerão contratos de longo prazo para termelétricas, com sua usina a gás Termopernambuco, já operacional, e para isso avalia diversas possibilidades de suprimento de combustível para o projeto.
"O fornecimento de gás é um dos pontos que estamos trabalhando com mais cuidado... estamos avaliando todo tipo de alternativa, incluindo trazer gás importado, aproveitando estruturas que poderiam ser construídas por nós ou terceiros", disse o presidente da companhia, Mario Ruiz-Tagle, ao ser questionado em teleconferência nesta terça-feira.
A usina da Neoenergia em Pernambuco detém atualmente um contrato de aquisição de gás natural com a Copergás, distribuidora estadual que tem a Gaspetro, da Petrobras e da japonesa Mitsui, como acionista.
A Termopernambuco tem a receita garantida por contratos com distribuidoras de eletricidade da própria Neoenergia que vencerão em 2024 e não podem ser renovados automaticamente.
Os chamados leilões A-4 e A-5 do governo, agendados para 30 de abril, oferecerão a investidores em termelétricas contratos de 15 anos para a venda de energia a distribuidoras, com suprimento a partir de 2024 e 2025.
"Cadastramos a Termopernambuco para o leilão A-4 e A-5... em 2024 acaba o contrato e a gente está buscando todas as alternativas para continuar", disse Tagle-Ruiz, acrescentando que o empreendimento é "bastante rentável" para a companhia.
"Nossa expectativa é conseguir contratar nesse leilão. Afortunadamente, ela tem muita competitividade porque não precisa de muito investimento adicional para continuar operando", acrescentou ele sobre as perspectivas para a disputa na licitação, sem comentar valores.
A usina, no complexo portuário de Suape, tem 532,76 megawatts em capacidade instalada.
Além da Neoenergia, empresas como Petrobras, Eneva e EDF inscreveram projetos termelétricos para os leilões de abril, entre outras.
(Por Luciano Costa)
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