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Carrefour Brasil deve gastar menos de R$300 mi para converter lojas Makro em Atacadão

Desde 2009, o Carrefour Brasil também converteu 15 de seus hipermercados em unidades de atacarejo - Regis Duvignau/Reuters
Desde 2009, o Carrefour Brasil também converteu 15 de seus hipermercados em unidades de atacarejo Imagem: Regis Duvignau/Reuters

Da Reuters, em São Paulo

21/02/2020 13h23

O Carrefour Brasil espera que os gastos para converter as 30 lojas adquiridas do rival Makro para o formato Atacadão não ultrapasse 300 milhões de reais, disse hoje um executivo.

A compra recentemente anunciada acelera a expansão da unidade de negócios mais lucrativa do grupo francês no Brasil, onde o segmento de atacarejo ganhou relevância conforme a economia se recupera lentamente da recessão.

"O Makro reformou algumas de suas lojas para torná-las mais eficientes, então o capex provavelmente será menor do que quando abrimos uma nova loja Atacadão", disse Roberto Müssnich, diretor presidente do Atacadão. Ele acrescentou que levará de três a seis meses para a reabertura das lojas sob a marca Atacadão.

Segundo ele, a subsidiária local do francês Carrefour pretende gastar menos de 10 milhões de reais em cada conversão, que só deve começar depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a transação.

Desde 2009, o Carrefour Brasil também converteu 15 de seus hipermercados em unidades de atacarejo e pode considerar futuras conversões dependendo do desempenho dos 104 hipermercados restantes em seu portfólio, disse Müssnich.

Essa estratégia também vem sendo adotada pelo concorrente GPA para expandir seu próprio negócio de atacarejo Assaí. Na quinta-feira, a subsidiária brasileira do varejista Casino Guichard Perrachon anunciou planos para converter cerca de 20 hipermercados Extra em Assaí, além de vender ou fechar outros 10.

"Nossos concorrentes deixaram de apostar nesse formato, mas o hipermercado é peça fundamental dentro do nosso ecossistema para alavancar o Banco Carrefour", disse Luis Moreno, diretor executivo do Carrefour Varejo.

Müssnich e o diretor vice-presidente de finanças e de relações com investidores, Sébastien Durchon, observaram que o Carrefour Brasil está disposto a analisar a aquisição de hipermercados do GPA, embora o rival ainda não tenha feito nenhuma oferta.

As ações do Carrefour Brasil caíam cerca de 0,4% no início da tarde, a 21,40 reais, apesar dos sólidos resultados trimestrais divulgados na noite de quinta-feira.

"Em geral, o Carrefour Brasil mais uma vez superou o GPA", avaliou a equipe do BTG Pactual em nota a clientes, mesmo com as margens pressionadas por investimentos maiores.