Ibovespa recua com aversão a risco global; Vale cai 4% com risco de nova provisão
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista adota um viés negativo nesta sexta-feira, minada pelo clima desfavorável a ativos de risco no cenário externo, conforme permanecem as preocupações relacionadas aos efeitos do surto de coronavírus na economia chinesa e seus reflexos na atividade global.
A queda das ações da Vale também pesa no Ibovespa, após prejuízo de 1,56 bilhão de dólares e eventual provisão adicional de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares, assim como referenda cautela o fim de semana prolongado no Brasil em razão do Carnaval, com a B3 reabrindo apenas na quarta-feira.
Às 12:11, o Ibovespa caía 1,39%, a 112.990,95 pontos. O volume financeiro somava 5,68 bilhões de reais.
Nesse cenário, o Ibovespa caminha para uma queda de mais de 1% na semana.
"A percepção de risco com relação ao surto do coronavírus continua elevada", destacou a equipe da XP Investimentos em relatório a clientes mais cedo.
A China registrou um aumento no número de novos casos do coronavírus nesta sexta-feira, com mais de 200 pessoas testando positivo para a doença em duas prisões fora da província de Hubei, epicentro da epidemia. O país tem mais de 75.400 casos de e 2.236 pessoas morreram da doença causada por ele.
Os líderes do G20, que se reúnem na Arábia Saudita no fim de semana, deve discutir os riscos para a economia global.
"O aumento dos novos casos de coronavírus fora da China deixam os mercados preocupados", acrescenta o gestor Ricardo Campos, sócio na Reach Capital, chamando a atenção também para dados mais fracos da economia chinesa recentemente, que têm aumentado o temor de um efeito maior e mais prolongado no PIB.
"O sinal é de cautela no mercado externo", reforçou, citando o movimento do ouro, que atingiu máxima de sete anos nesta sexta-feira.
DESTAQUES
- VALE ON perdia 4%, após reportar prejuízo líquido de 1,56 bilhão de dólares no quarto trimestre de 2019, principalmente devido a baixas contábeis e provisões relacionadas ao rompimento de barragem em janeiro de 2019, e afirmar que avalia provisão adicional de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares relacionada ao desastre. BRADESPAR PN, holding que concentra seus investimentos na Vale, caía 3,6%.
- B2W caía 2%, também depois de divulgar prejuízo líquido de 22,3 milhões de reais no quarto trimestre, embora menor do que a perda de 69,4 milhões no mesmo período de 2018. O resultado financeiro foi negativo em 137,9 milhões de reais no período, perda 15,7% menor em um ano.
- CARREFOUR BRASIL ON tinha variação negativa de 0,05%, reduzindo as perdas, que chegaram a 1,7% no começo do pregão. O varejista teve lucro líquido de 735 milhões de reais no quarto trimestre, aumento 7,6% ante igual período de 2018.
- LOJAS AMERICANAS PN avançava 5,5%, tendo também de pano de fundo o balanço do quarto trimestre, com lucro líquido de 398 milhões de reais, avanço de 62% sobre o desempenho de um ano antes, com vendas maiores e avanço das operações de comércio eletrônico do grupo.
- PETROBRAS PN caía 1,6% e PETROBRAS ON cedia 2%, em sessão de queda dos preços do petróleo no exterior.
- WEG ON valorizava-se 3,4%, também entre as poucas altas do Ibovespa, ainda refletindo avaliação positiva sobre os números da companhia no último trimestre divulgados nesta semana, que superaram as expectativas. Na quarta-feira, a ação fechou a 48,82 reais, máxima histórica.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,7%, afetado pelo viés negativo no mercado como um todo, com BRADESCO PN recuando 0,2%.
- CCR ON recuava 2,3% após o leilão de trecho da BR-101 em Santa Catarina, vencido pela empresa com oferta de deságio de tarifa de pegádio de mais de 60%. A companhia superou oferta da rival Ecorodovias, que caía 3,2%.
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