Próximos dias permitirão avaliar impacto do coronavírus na inflação, diz BC
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central afirmou hoje que monitora atentamente os impactos do novo coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira, e que as próximas duas semanas vão permitir uma avaliação mais precisa desses efeitos sobre a trajetória da inflação.
"O impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros", afirmou o BC em nota à imprensa. "O Banco Central enfatiza que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária."
Além disso, a autoridade monetária lembrou que a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) já trazia trecho com referência ao coronavírus, que destacava que "o eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros".
"O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros", acrescentou o BC.
Os comentários da instituição foram feitos no mesmo dia em que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, promoveu um corte surpresa de 0,50 ponto percentual em sua taxa básica de juros, em uma medida de emergência com objetivo de proteger a maior economia do mundo do impacto do coronavírus.
Em entrevista à imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o coronavírus vai pesar sobre a economia dos EUA por algum tempo e que ele acredita que a ação do banco fornecerá "um impulso significativo para a economia".
Vale lembrar que o Copom do BC se reunirá em 17 e 18 de março para deliberar sobre a taxa de juros, que está em patamar mínimo recorde de 4,25% ao ano.
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