Unica prevê 95 usinas em operação na 1ª quinzena de abril, ante 85 em 2019
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Noventa e cinco usinas estão programadas para iniciar a moagem de cana da safra do centro-sul na primeira quinzena de abril, quando oficialmente começam os trabalhos da temporada 2020/21, contra 85 que operaram no mesmo período de 2019/20, de acordo com avaliação da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
O maior número de unidades que preveem iniciar a moagem da nova safra, na comparação com a temporada anterior, ocorre em meio a expectativas de analistas de que a produção de cana será maior, o que exige a antecipação dos trabalhos de algumas empresas, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em entrevista à Reuters.
"A oferta de cana, o que está indicando, se tem na primeira quinzena de abril dez unidades a mais, a expectativa é que tenha igual ou mais oferta de cana na nova safra", disse Padua, lembrando que vários analistas estão projetando um aumento da colheita.
A moagem de cana do centro-sul do Brasil, maior região produtora do país, foi estimada, por exemplo, em 600 milhões de toneladas em 2020/21, aumento de 1,7% ante a temporada passada, de acordo com levantamento da Agroconsult, divulgado na véspera.
Em março, contudo, o número de unidades com início da moagem deverá ser de 63, dois a menos do que o total de usinas que retomou a moagem no mesmo mês do ano passado, acrescentou o diretor técnico.
"Foi o planejamento que as empresas fizeram, evidente, pode chover no local, aí atrasa", disse ele, lembrando que questões climáticas interferem na programação das atividades.
Nenhuma usina de cana do centro-sul iniciou a safra antecipadamente na segunda quinzena de fevereiro, mas a expectativa é de que 29 unidades o façam nesta primeira quinzena de março, afirmou mais cedo a Unica em nota.
A safra de cana no centro-sul começa oficialmente em 1º de abril, mas algumas unidades antecipam as atividades.
A Unica disse ainda, em nota, que havia quatro unidades de cana e 11 produtoras de etanol de milho em operação na entressafra no centro-sul na segunda quinzena de fevereiro.
A entidade também não registrou produção de açúcar no período.
CORONAVÍRUS
Questionado sobre o nervosismo dos mercados em função do coronavírus, e se isso de alguma forma afeta a programação das usinas, Padua afirmou que o setor terá que "conviver com isso" e que a volatilidade dos preços do petróleo não interfere na decisão das empresas de começarem mais cedo ou postergarem o início dos trabalhos.
"Vamos ver como se comporta, tenho que encontrar um preço, que seja possível vender, dependendo do preço de gasolina é o que terei de oportunidade para o etanol hidratado, ninguém vai atrasar safra por causa disso", comentou.
A derrocada dos preços do petróleo tem gerado dúvidas no setor sobre o mix de produção, se usinas destinarão mais cana para a produção de açúcar, por exemplo. Uma queda no preço do petróleo pode se refletir no valor da gasolina no Brasil, que ficaria mais competitiva frente ao etanol hidratado.
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