Equipe econômica ainda não mudará meta fiscal, dizem fontes
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A equipe econômica ainda não mudará a meta de resultado primário deste ano, de um déficit de 124,1 bilhões de reais para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), mas a investida não está descartada em meio aos desafios fiscais que devem se avolumar com o coronavírus.
Segundo duas fontes que falaram em condição de anonimato, a alteração do alvo fiscal está hoje no campo das possibilidades.
Na semana que vem, o governo publica seu primeiro relatório bimestral de receitas e despesas do ano e o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, já afirmou que a tendência é de congelamento nos gastos discricionários para assegurar o cumprimento da meta de 2020.
O contingenciamento vem na esteira de frustrações de receita com a privatização da Eletrobras, cujo projeto de lei segue parado no Congresso, com menor crescimento esperado para economia (2,1%, ante patamar de 2,3% considerado na peça orçamentária), e com a queda do petróleo diminuindo a arrecadação de royalties.
A equipe econômica também passou a ver a inflação mais baixa para este ano —outra variável a impactar negativamente a arrecadação.
O governo já informou que irá considerar um valor menor do Brent em 2020, mas ressalvou que esse número ainda não considera o choque sofrido pela commodity nesta semana, em meio à disseminação do coronavírus pelo mundo e da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia.
A forte oscilação nos mercados também deve representar um empecilho para a venda de ativos por bancos estatais, afetando a União em duas pontas: tanto no recolhimento de Imposto de Renda sobre o ganho de capital nas operações, quanto no recebimento de dividendos. Isso porque as instituições acabam engordando seu lucro ao se desfazerem dos ativos, o que eleva a fatia a ser repassada ao governo na condição de controlador de seus negócios.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso do UOL.