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Economia da China está se normalizando, mas riscos permanecem, diz FMI

20/03/2020 11h34

WASHINGTON (Reuters) - A economia da China está começando a mostrar alguns sinais de normalização após o grande impacto causado pelo coronavírus, mas os riscos permanecem, afirmaram autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) em um blog sobre o impacto econômico da pandemia.

A maioria das grandes empresas chinesas reabriu e muitos funcionários locais voltaram ao trabalho, mas as infecções podem aumentar novamente à medida que as viagens nacionais e internacionais forem retomadas, disseram as autoridades do FMI.

Surtos em outros países e oscilações no mercado financeiro podem fazer com que consumidores e empresas sejam cautelosos com os produtos chineses, no momento em que a economia está voltando a rodar, disseram eles.

O coronavírus, que infectou 250 mil pessoas e matou mais de 10 mil, causou estragos na economia global. Na China, a desaceleração no primeiro trimestre será significativa, deixando uma marca profunda para o resto do ano, disse o FMI.

"O que começou como uma série de paradas repentinas na atividade econômica rapidamente se espalhou pela economia e se transformou em um choque total, impedindo simultaneamente a oferta e a demanda", disse o blog do FMI, destacando os dados muito fracos da produção industrial e das vendas no varejo de janeiro e fevereiro.

Mas o FMI afirmou que a resposta da China até agora mostra que as políticas corretas fizeram diferença no combate à doença e na mitigação de seu impacto, embora com duras consequênciaas econômicas.

Para atenuar o choque simultâneo causado a famílias, empresas, instituições financeiras e mercados, os parlamentares chineses rapidamente intervieram, direcionando o apoio a famílias e pequenas empresas vulneráveis, renunciando a taxas de previdência social, contas de serviços públicos e canalizando crédito por meio de empresas de tecnologia.

Eles também organizaram crédito subsidiado para estimular o aumento da produção de equipamentos médicos, apoiaram os mercados interbancários e ajudaram empresas sob pressão, disse o blog.

As autoridades também trabalharam em estreita colaboração com os bancos, incentivando-os a emprestar a empresas menores e fornecendo cortes direcionados às taxas de compulsório, enquanto continuaram a emprestar generosamente a empresas maiores e companhias estatais, disse o FMI.

Dados os riscos econômicos em curso, as autoridades chinesas precisam estar prontas para continuar apoiando o crescimento e a estabilidade financeira, se necessário, e coordenando medidas internacionalmente, devido à natureza global do surto, disse o FMI.

Uma oportunidade para coordenar a resposta internacional seria através das 20 principais economias do mundo (G20), mas divisões dentro do grupo poderiam minar essas perspectivas, disseram especialistas.

(Reportagem de Andrea Shalal)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7729))

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