BofA vê contração mais profunda na economia brasileira e projeta dólar a R$5,20
Por Caroline Aragaki
SÃO PAULO (Reuters) - O Bank of America piorou a estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2020, de uma projeção que já era negativa, ao mesmo tempo que revisou pra baixo sua estimativa para a Selic e aumentou o prognóstico para o dólar ante o real.
O BofA calcula que o PIB retrairá 3,5% em 2020, expressiva mudança ante o número anterior, que indicava redução de 0,5%. A revisão se baseia no cenário de recessão global (-2,7%) e no impacto do isolamento implementado no Brasil diante da pandemia de Covid-19.
"Esperamos uma profunda contração no segundo trimestre, mas também esperamos um crescimento maior no próximo ano, à medida que a situação se normalizar", disseram profissionais do banco em relatório divulgado na quinta-feira. O crescimento deve atingir 3,5% no próximo ano, ante 2,5% da estimativa anterior.
Na América Latina, Venezuela (-30%), México (-8,0%), Argentina e Equador (-4,5% cada), Brasil (-3,5%) e Chile (-2,7%) sofrerão as maiores retrações no PIB. A América Latina como um todo deve recuar 4,4%, ante estimativa anterior de contração de 1,7%.
Os mercados emergentes devem retrair 0,5%, ante estimativa anterior de crescimento de 1,4%. O BofA espera que a economia global recue 2,7%. O cenário antes era de expansão de 0,3%.
SELIC MAIS BAIXA, DÓLAR MAIS ALTO
O BofA também estima maior afrouxamento monetário pelo Banco Central. "Com esse cenário de crescimento mais fraco, projetamos agora dois cortes consecutivos de 50 pontos-base na Selic, levando a taxa para 2,75% este ano", afirmou o banco em relatório. Antes, o banco via apenas mais um último corte de 0,25 ponto no juro.
A meta Selic está em 3,75% ao ano, já uma mínima recorde.
A instituição financeira reduziu ainda a estimativa para a inflação em 2020 de 3,2% para 2,5%.
Do lado da taxa de câmbio, a previsão para o final do ano foi revisada de 4,80 reais por dólar para 5,20 reais por dólar, com expectativa de que o Banco Central continue intervindo no mercado cambial para suavizar a volatilidade e solucionar distorções do mercado.
No fechamento da sessão no mercado interbancário de quinta-feira, o dólar
(Edição de José de Castro)
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