Ministério trabalha "full-time" para tentar aumentar testagem do coronavírus, diz Mandetta
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta terça-feira que a pasta está trabalhando "full-time" para aumentar a capacidade do país na realização de testes para o novo coronavírus, destacando que a intenção é chegar a 30 mil testes diários.
Segundo o ministro, a pasta abriu um chamamento público para trabalhar com um pool de laboratórios públicos e privados para realização de testes RT-PCR para o diagnóstico da Covid-19, a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
Inicialmente serão feitos 3 milhões de testes deste modelo, mas essa quantidade vai aumentar a partir do momento em que novos testes forem adquiridos.
"Nós queremos fazer muito mais de 3 milhões (de testes). A preparação da central operacional é para 30 mil testes por dia", disse Mandetta, em entrevista no Palácio do Planalto. De acordo com o ministério, até a semana passada o Brasil vinha realizando 4 mil testes por dia. Não há dados disponíveis sobre a testagem nesta semana.
O teste RT-PCR tem maior precisão no resultado, mas leva mais tempo para ser realizado do que o chamado teste rápido, que o Brasil possui em maior quantidade.
Inicialmente, o Ministério da Saúde era contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de realizar o maior número possível de testes para conter a disseminação do coronavírus, mas a pasta decidiu mudar de posição e aumentar a testagem diante do avanço da doença.
O ministro ressaltou que comprar mais testes tem sido uma "grande dificuldade", e acrescentou que o ministério vem trabalhando "full-time" para conseguir aumentar a capacidade de testagem no país.
Na segunda-feira, pesquisadores de um consórcio de universidades e institutos do país apresentaram um estudo que afirma que o Brasil pode ter 12 vezes mais casos de coronavírus do que os divulgados oficialmente pelo governo, diante da subnotificação e falta de testes. [nL2N2C11PZ]
Questionado sobre a pesquisa, Mandetta citou que por essa conta os números de infectados no Brasil poderia estar perto de 300 mil, e disse que somente um inquérito epidemiológico da população vai responder sobre o assunto.
Conforme último balanço do ministério, o país registrou nas últimas 24 horas 1.832 novos casos, uma elevação de 8% em relação à véspera, levando a contagem total a 25.262 infectados. Em relação aos mortos, o país registrou nesta terça-feira o maior número diário desde o início do surto, com 204 óbitos, totalizando 1.532.
O secretário-executivo o ministério, João Gabbardo, disse que o país tem 14.026 pacientes recuperados de coronavírus, o que representa 55% das pessoas que tiveram diagnóstico comprovado. Essa foi a primeira vez que o ministério apresentou um levantamento de pessoas consideradas curadas.
(Por Ricardo Brito)
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