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Georgieva, do FMI, diz querer triplicar o financiamento em condições preferenciais para países pobres

15/04/2020 12h49

Por David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, disse nesta quarta-feira que o Fundo está empregando todos os recursos existentes e que pretende triplicar seu financiamento em condições preferenciais para os países mais pobres a mais de 18 bilhões de dólares.

"Temos o apoio total dos membros à ofensiva para aumentar a capacidade de financiamento em condições preferenciais do FMI. Nossa meta é triplicar o que fazemos para esses países", disse ela em uma entrevista coletiva realizada por videoconferência.

Georgieva divulgou mais cedo uma declaração para uma reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, dizendo que o Fundo estava "buscando urgentemente 18 bilhões de dólares em novos recursos de empréstimos para o Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento, e provavelmente também precisará de pelo menos 1,8 bilhão em recursos de subsídios".

Havia "consenso emergente" para implantar Direitos Especiais de Saque existentes para permitir mais empréstimos aos países em desenvolvimento, disse ela.

Mas sua opinião sobre os Direitos Especiais de Saque -- a moeda do FMI -- estava em desacordo com uma declaração dos líderes financeiros do G20, segundo a qual o grupo não havia chegado a um consenso sobre o uso desses direitos, seja por meio de uma nova alocação ou por "excesso" de empréstimos para países pobres.

Uma nova alocação de Direitos Especiais de Saque aos membros do FMI, semelhante à impressão de dinheiro novo por um banco central, poderia adicionar centenas de bilhões de dólares em nova liquidez, mas os Estados Unidos se opuseram à medida, em parte porque forneceria amplos recursos aos países sem condições , da China ao Irã, informou a Reuters.

As autoridades do G20 pediram ao FMI "que explore ferramentas adicionais que possam atender às necessidades de seus membros à medida que a crise evolui, aproveitando as experiências relevantes de crises anteriores."

Georgieva disse estar esperançosa de que um consenso construído em torno de um acordo do G20 para permitir que países pobres suspendam os pagamentos de dívidas bilaterais oficiais criará o cenário para mais consenso para expandir os recursos do FMI para lidar com as consequências da pandemia.