Ibovespa recua após duas altas com incertezas econômicas no radar
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, com blue chips entre os destaques de baixa após o Ibovespa encostar nos 80 mil pontos na véspera, em movimento alinhado a ativos de risco no exterior diante de persistentes preocupações sobre os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.
Às 11:51, o Ibovespa caía 2,14%, a 78.211,93 pontos. Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 1,37%, a 79.918,36 pontos, na segunda alta seguida, ampliando os ganhos em abril para 9,45%, enquanto no acumulado do ano o desempenho ainda estava negativo em 30,9%.
O volume financeiro somava 6,6 bilhões de reais neste pregão, também marcado pelos vencimentos dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.
Para Arthur Kroeber, chefe de pesquisa na Gavekal, do ponto de vista do controle de infecções, a perspectiva é muito mais positiva. "O caminho para a recuperação econômica, no entanto, ainda parece lento e difícil", afirmou em relatório.
Investidores estão particularmente atentos à temporada de resultados trimestrais de companhias dos Estados Unidos, que começou nesta semana e mostrará os primeiros reflexos da pandemia na maior economia do planeta.
Em Wall Street, a sessão também era de perdas, com números sobre a atividade econômica norte-americana piores do que as expectativas e forte queda nos lucros de bancos em razão de provisões para inadimplência referendando vendas após forte valorização dos índices na véspera. A queda dos preços do petróleo também pesava.
No Brasil, também continuam no radar a chamada PEC do orçamento de guerra e o polêmico projeto de auxílio a Estados e municípios, em razão do forte impacto nas contas públicas e já foram encaminhados para análise dos senadores.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíam 3,9% e 4,4%, respectivamente, entre as maiores quedas, tendo de pano de fundo o tombo dos preços do Brent no exterior, reflexo de preocupações com a queda na demanda em razão do Covid-19.
- VALE ON perdia 3,3%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho. Analistas do BTG Pactual veem a demanda no setor siderúrgico retornando aos níveis de 2005 em razão dos reflexos da pandemia do novo coronavírus e cortou preços-alvo no setor. GERDAU PN cedia 5%, CSN ON recuava 3,5% e USIMINAS PNA caía 4%.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 3,6% e BRADESCO PN perdia 3%, também na ponta negativa do Ibovespa. O BNDES está discutindo com bancos privados os detalhes operacionais de resgates para setores duramente atingidos pela crise do coronavírus: companhias aéreas, montadoras, empresas de energia e grandes varejistas não essenciais, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
- COGNA ON avançava 6,85%, destaque positivo da sessão, com a rival YDUQS ON em alta de 1,9%.
- NATURA&CO valorizava-se 5,8%, no segundo pregão seguido de alta, ampliando o ganho em abril para cerca de 20%, após terminar o primeiro trimestre com queda acumulada de mais de 30%.
- VIA VAREJO ON tinha acréscimo de 0,7%. A varejista de eletroeletrônicos está pedindo a suspensão de aluguéis de mais de 1.020 lojas físicas fechadas por conta de medidas de quarentena em todo país, como uma forma de lidar com a queda de 50% de sua receita, duas fontes com conhecimento do assunto afirmaram à Reuters.
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