China trabalha para cumprir promessa de compras dos EUA apesar de queda das importações, dizem fontes
PEQUIM (Reuters) - A China está comprometida com a Fase 1 do acordo comercial com os Estados Unidos e está trabalhando para cumprir sua promessa de aumentar as compras de produtos norte-americanos, mesmo que o ritmo de aquisição das mercadorias tenha sido restringido pelo surto do coronavírus, afirmaram três fontes chinesas.
Segundo a Fase 1 do acordo, assinada em janeiro, Pequim prometeu adquirir pelo menos 200 bilhões de dólares em bens e serviços adicionais dos EUA ao longo de dois anos e Washington concordou em reverter, em etapas, as tarifas sobre produtos chineses.
Mas o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou rescindir o acordo caso a China não cumpra seus compromissos de compra.
Em abril, as importações chinesas de produtos norte-americanos recuaram 11,1% em dólares na comparação com o ano anterior, influenciadas pela demanda doméstica mais fraca em razão da epidemia.
As tensões entre EUA-China aumentaram com o surto de coronavírus, com Trump culpando o país asiático por causar milhares de mortes e milhões de empregos perdidos nos EUA.
Autoridades chinesas discutiram em várias ocasiões nos últimos meses como cumprir integralmente com os compromissos chineses, disseram nesta terça-feira duas autoridades em Pequim que estão familiarizadas com a situação.
"Se os dois lados estiverem trabalhando na mesma direção positiva, nos meses em que as compras não atingirem as cotas definidas elas poderão ser complementadas em outros meses", afirmou uma delas.
O Global Times, tablóide controlado pelo Estado chinês, informou na segunda-feira que assessores não identificados próximos às negociações sugeriram que autoridades do país asiático retomem a possibilidade de renegociar um novo pacto comercial.
O Global Times é publicado pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China. Embora não seja um porta-voz oficial do partido, acredita-se que as opiniões do Global Times refletem, em alguns momentos, as de seus líderes.
Em uma aparente demonstração de boa vontade, o Ministério de Finanças da China anunciou nesta terça-feira uma lista de 79 produtos norte-americanos elegíveis a isenções de tarifas retaliatórias impostas no auge da guerra comercial.
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