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Ibovespa mostra volatilidade com bateria de resultados; Petrobras sobe

15/05/2020 11h24

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não tinha tendência clara nesta sexta-feira, com investidores conferindo uma bateria de resultados corporativos para repercutir, encerrando mais uma semana volátil por desdobramentos relacionados à pandemia do novo coronavírus.

Às 11:22, o Ibovespa subia 0,15 %, a 79.126,48 pontos. O volume financeiro somava 6 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumula baixa de cerca de 1%.

No exterior, o petróleo avançava, assim como bolsas na Europa adotavam um viés positivo. Em Wall Street, o S&P 500 girava em torno da estabilidade, com novos ruídos nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China pressionando negócios.

O governo Trump avançou nesta sexta-feira no bloqueio de envios de semicondutores de fabricantes de chips globais para a Huawei.

"A extensão do banimento da empresa chinesa de telecomunicações Huawei de operar nos EUA até 2021 adicionou sentimento de aversão a risco no mercado americano", destacou a equipe da Elite Investimentos, em relatório a clientes.

Da cena local, além dos balanços, o cenário político continua no radar, assim como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que retraiu 5,90% em março ante o mês anterior - menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 6,95%..

"Evidentemente, o indicador reflete a primeira parte da retração da economia em consequência as medidas de isolamento social implementadas desde meados de março. Esperamos continuidade do movimento na próxima leitura", afirmou Felipe Sichel, estrategista-chefe do modalmais.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subia 4%, apesar do prejuízo histórico de 48,5 bilhões de reais de janeiro a março, com analistas destacando positivamente o desempenho operacional da companhia no período, bem como a geração de caixa. PETROBRAS ON avançava 5,8%, tendo ainda de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no mercado externo.

- CSN ON caía 4,1%, após prejuízo líquido de 1,3 bilhão de reais no primeiro trimestre, em resultado que mostrou quedas nas vendas de aço e minério de ferro na comparação anual, impactadas pelos efeitos da pandemia de coronavírus. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda subiu para 4,78 vezes no final de março. No setor de mineração e siderurgia, VALE ON subia 1,1%.

- JBS ON recuava 5,6%, tendo de pano de fundo prejuízo de 5,9 bilhões de reais no primeiro trimestre, uma vez que a forte valorização do dólar atingiu em cheio a linha financeira da companhia, ofuscando o aumento da receita a despeito dos primeiros impactos do coronavírus.

- B3 ON valorizava-se 3,52%, conforme a volatilidade severa dos mercados financeiros oriunda da crise do coronavírus turbinou as receitas do primeiro trimestre da companhia, que reafirmou meta de pagar aos acionistas até 150% do lucro aos acionistas em 2020.

- SUZANO ON cedia 3,8%, em meio ao prejuízo líquido de 13,4 bilhões de reais no primeiro trimestre, afetado pelo forte impacto da desvalorização do real contra o dólar na dívida em moeda estrangeira do grupo. O Ebitda ajustado, contudo, somou 3,03 bilhões de reais, alta de 10% e acima do que esperavam analistas, em média.

- FLEURY ON perdia 4%. A rede de clínicas de medicina diagnóstica teve queda no lucro do primeiro trimestre, já acusando os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus.

- CYRELA ON recuava 2,7%, após divulgar lucro líquido de 28 milhões de reais no primeiro trimestre, uma queda ante os 48 milhões de reais em resultado positivo obtido no mesmo período do ano passado.

- SABESP ON caía 1,8%, após prejuízo líquido de 657,9 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo lucro de 647 milhões um ano antes, com aumento de despesas financeiras decorrente da valorização do dólar frente ao real e aumento de provisões em meio à pandemia do Covid-19. Também no radar está o início das discussões de revisão tarifária.

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha variação negativa de 0,5%, em sessão sem tendência clara para os bancos, com BRADESCO PN em baixa de 0,6%, enquanto agentes financeiros continuam monitorando potenciais medidas contra o Covid-19 com efeitos potencialmente nocivos ao sistema financeiro. BANCO DO BRASIL ON subia 0,7%.