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Chefe do FMI adverte que recuperação econômica global completa é improvável em 2021

Remo Casilli
Imagem: Remo Casilli

Por Andrea Shalal

18/05/2020 11h36

Por Andrea Shalal

WASHINGTON (Reuters) - A economia global levará muito mais tempo para se recuperar totalmente do choque causado pelo novo coronavírus do que o inicialmente esperado, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional, ao mesmo tempo em que enfatizou o perigo do protecionismo.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que o Fundo deve rever para baixo sua previsão de uma contração de 3% no PIB em 2020, com apenas uma recuperação parcial esperada para o próximo ano, em vez da alta de 5,8% inicialmente projetada.

Em entrevista à Reuters, ela disse que os dados de todo o mundo vieram piores do que o esperado. "Obviamente, isso significa que levaremos muito mais tempo para ter uma recuperação completa dessa crise", disse ela em entrevista. Ela não deu uma data-alvo específica para a recuperação.

Em abril, o credor global previu que os fechamentos de empresas e isolamentos para retardar a propagação do vírus levariam o mundo à recessão mais profunda desde a Grande Depressão dos anos 1930, mas dados desde então apontam para "mais más notícias", disse Georgieva mais cedo este mês.

O FMI deve divulgar novas projeções globais em junho.

Questionada sobre as renovadas tensões entre os Estados Unidos e a China -- as duas maiores economias do mundo--, Georgieva disse que está pedindo aos países membros que mantenham abertos a comunicação e os fluxos comerciais que sustentaram o crescimento global por décadas.

"Precisamos manter os fluxos comerciais abertos, especialmente para suprimentos médicos, alimentos, e por prazos mais longos para encontrar um caminho para superar o que está acontecendo agora com esta crise", disse Georgieva. "Queremos continuar a construir esse futuro mais próspero para todos, superando as cicatrizes que possam resultar dessa crise."

Georgieva alertou contra a volta para o protecionismo como resultado da crise.

"Não devemos nos afastar do que tem funcionado para as pessoas em todos os lugares: uma divisão do trabalho, colaboração e comércio, que permitem diminuir os custos de bens e serviços, aumentar a renda e permitir que a pobreza nos países e entre países diminua", disse ela à Reuters.

O FMI -- criado após a Segunda Guerra Mundial para promover a estabilidade financeira, facilitar o comércio e reduzir a pobreza em todo o mundo -- forneceu financiamento de emergência a 56 países desde o início da crise e decidirá sobre 47 pedidos adicionais o mais rápido possível, disse Georgieva.

Um porta-voz do FMI disse que cerca de 21 bilhões de dólares em financiamento de emergência, com taxas de juros muito baixas, foram desembolsados ​​até o momento.

Georgieva disse que o Fundo também poderia conceder subsídios para ajudar os países mais pobres a cobrirem seus pagamentos do serviço da dívida com o FMI até o final do ano, depois de levantar novos compromissos de empréstimos de seus membros.

(Por Andrea Shalal)