Cotado para ministro, presidente da Anvisa é diagnosticado com Covid-19
BRASÍLIA (Reuters) - Cotado como um dos nomes para assumir o Ministério da Saúde, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, informou nesta terça-feira que está com a Covid-19.
Em vídeo enviado à Comissão de Acompanhamento Externo da Câmara para Ações contra o Coronavírus, Barra informou aos parlamentares que começou na semana passada a ter sintomas gerais de gripe, mas não achou que estava doente. Apenas a "intensidade e a persistência" dos sintomas fizeram com que, depois de uma consulta médica, a hipótese de estar contaminado fosse levantada, e ele entrou em quarentena.
"Efetuadas as testagens, na última sexta-feira obtive resultado positivo para a Covid-19. Entretanto, como meus sintomas ainda me permitem trabalhar, assim prossigo na condução dos trabalhos da agência e da diretoria colegiada", disse.
Próximo ao presidente Jair Bolsonaro, Barra chegou a participar da primeira manifestação a favor do governo a que Bolsonaro foi já durante o período da epidemia, em 15 de março, sendo visto fazendo vídeos ao lado do presidente, apesar das recomendações de especialistas pelo distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus.
Na época, Barra justificou que havia sido convidado para um encontro com Bolsonaro no Alvorada e o acompanhou quando o presidente decidiu ir ao Palácio do Planalto, onde desceu a rampa para se aproximar dos manifestantes.
Ainda durante o período de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, o nome de Barra foi cogitado mais de uma vez para assumir a pasta no caso da saída do ministro. No entanto, Bolsonaro decidiu optar por um nome mais técnico e reconhecido na comunidade médica e optou por Nelson Teich após demitir Mandetta.
Agora, com a saída de Teich na semana passada, Barra, que também é contra-almirante da Marinha, volta a ser citado como uma possibilidade. Mas, de acordo com fontes palacianas, Bolsonaro não tem pressa para encontrar um novo ministro. O secretário-executivo, general Eduardo Pazuello, assumiu interinamente o cargo.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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