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Não tenho bola de cristal sobre futuro, mas Guedes é forte na posição, diz Carlos da Costa

Paulo Guedes  -  Agência Brasil
Paulo Guedes Imagem: Agência Brasil

Marcela Ayres

Da Reuters, em Brasília

20/05/2020 17h28

BRASÍLIA (Reuters) - O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, disse nesta quarta-feira não ter bola de cristal quando questionado sobre a permanência do ministro Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia independentemente de crises políticas, mas reforçou que ele segue atuante.

"Eu não tenho bola de cristal aqui e o futuro a Deus pertence, agora eu acho que presidente Bolsonaro tem dado sinais inequívocos de apoio ao ministro Paulo Guedes desde a campanha", afirmou.

"Ministro Paulo Guedes cresce muito em situações de crise, em situações de combate, em situações em que é necessário energia, então o ministro Paulo Guedes --eu acho, não posso falar por ele, nem por ninguém-- mas é muito forte na posição", completou.

Ele disse ainda que, enquanto Guedes estiver no cargo, sua equipe seguirá com ele e que segue unida no mesmo propósito.

Segundo Costa, o time vê o momento de crise como oportunidade de acelerar processo de desacorrentar o Brasil e o setor produtivo, o que garantirá uma retomada em formato de "V da Nike".

Sobre eventual extensão do auxílio emergencial de 600 reais para além do período de três meses inicialmente previsto, Costa disse que sua posição, desde que se manifestou sobre o tema, foi de que as medidas que o governo estava implementando nesse momento de crise teriam que ser eventualmente estendidas dependendo da sua efetividade e do impacto fiscal.

Ele ressalvou, contudo, que a decisão final sobre o assunto não é sua e reconheceu haver divergência dentro do Ministério da Economia.

A empresários, Guedes admitiu na véspera a possibilidade de prorrogação por um ou dois meses do auxílio, mas por um valor menor, de 200 reais.

A respeito de possível prolongamento no período de suspensão de reajustes nos preços de medicamentos, Costa afirmou que a negociação foi para que isso acontecesse somente pelos 60 dias anunciados, conforme texto de Medida Provisória editada pelo governo.

"Acreditamos que os mercados têm que funcionar muito bem. Tentativas de congelamento de preços no passado resultaram em falta de produtos, principalmente para quem mais precisa, que são os mais carentes. Isso não podemos deixar acontecer", disse.

Costa renovou o apelo pela desoneração da folha de pagamentos como uma das estratégias para o pós-crise e disse que uma grande onda de reindustrialização poderá acontecer caso o país persista no esforço de desburocratização e redução do custo Brasil, considerando um cenário de taxa de câmbio favorável e quadro geopolítico em que outros países buscam alternativas.

Sobre a prometida injeção de recursos do Tesouro no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) do BNDES para apoio ao crédito a pequenas e médias empresas, ele afirmou que há expectativa de envio de Medida Provisória no máximo até a próxima semana sobre o tema.

(Por Marcela Ayres)